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Agrediam para extorquir minorias e falsificavam autos: tudo o que se sabe sobre o caso dos GNR detidos no Algarve

Militares de 23 e 25 anos apanhados por colegas da investigação criminal.

21 de maio de 2025 às 10:17

Dois militares da GNR, de 23 e 25 anos, foram detidos por colegas do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Faro, esta quarta-feira, no concelho de Tavira, "pela presumível prática de vários crimes", adianta a Guarda em comunicado. Fariam extorsão junto de migrantes e minorias. O CM sabe que sobre eles recaem suspeitas de, com recurso a ameaças e agressões, obrigarem migrantes indostânicos a entregar quantias em numerário, sob o pretexto de coimas por supostas irregularidades. Terão falsificado depois os autos de ocorrência para disfarçar os seus crimes.

Para já estão indiciados dos crimes de: concussão (o polícia que no exercício de funções receber, mediante indução em erro ou aproveitamento de erro, vantagem patrimonial que lhe não seja devida, nomeadamente contribuição, taxa, emolumento, multa ou coima, que pode valer de 1 a 8 anos de cadeia se praticado com violência ou ameaça); furto de dinheiro às vítimas; falsificações de documentos; e ofensas à integridade física.

Foram apanhados, sabe o CM, numa  "investigação interna prévia". Ou seja, os seus superiores, ao fazerem o controlo interno dos autos, detetaram "condutas graves, imediatamente comunicadas ao Ministério Público, consubstanciadas em abordagens a cidadãos pertencentes a minorias, ao arrepio dos requisitos legais, ao que tudo indica, com o intuito de extorquir valores monetários, abusando da autoridade e, em alguns casos, fazendo uso excessivo da força", revela a GNR.

O caso era investigado há seis meses, em coordenação com os DIAP de Faro e de Tavira. Apesar de nenhuma das vítimas - cujo número se desconhece - ter apresentado queixa às autoridades, os investigadores da GNR, através, sabe o CM, de equipas especializadas em vigilâncias e outros meios de recolha de prova "validados pelo MP", conseguiram "reunir indícios relevantes, determinando a detenção dos dois militares, que serão apresentados ao Tribunal Judicial de Faro para primeiro interrogatório e aplicação das respetivas medidas de coação", acrescenta a GNR.

"A Guarda Nacional Republicana reitera a mais absoluta intransigência relativamente a qualquer ato ou omissão que possa ferir a deontologia policial ou violar os princípios e valores institucionais, mantendo o firme compromisso de agir com a maior determinação, rigor e transparência, como sempre e neste caso em que são os seus próprios militares os presumíveis autores da atividade criminosa", assegura a GNR.

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