PJ descobre atuação igual à das redes de cocaína e heroína.
As redes que fabricavam e traficavam os esteroides anabolizantes e hormonas de crescimento para vender, através da internet, a jovens em ginásios atuavam como os traficantes de cocaína, heroína e haxixe. A PJ descobriu situações em que, por exemplo, a matéria-prima testosterona vinha da China ou da Índia escondida em maquinaria ou em matrioskas, as bonecas russas.
Tal como o CM noticiou na quinta-feira, entre os 20 arguidos na investigação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ existem homens com cadastro por tráfico convencional. Mudaram-se para o lucrativo negócio das drogas dos ginásios pela facilidade em fazer dinheiro – um kit para doping custa mais de mil euros – e porque a moldura penal é uma bagatela: dificilmente arriscam em tribunal ser punidos com mais do que uma simples multa.
Quanto aos consumidores, também não se preocupam. O consumo destas substâncias proibidas não é legalmente penalizado – apenas no caso de atletas e pela justiça desportiva.
A matéria-prima era tratada em laboratórios clandestinos, em garagens e cozinhas de Lisboa, da Margem Sul, da zona Oeste e em Braga. O doping era depois armazenado e vendido pela internet em redes sociais.
Os consumidores são jovens e sofrem de efeitos secundários da toma de esteroides e hormonas – há rapazes abaixo dos 20 anos já com disfunção erétil.Os cinco laboratórios desmantelados desde 2012 faziam de Portugal um dos principais exportadores europeus destas substâncias.
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