General Rovisco Duarte alega razões pessoais a Marcelo e motivos políticos à estrutura do Exército.
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Atodos vós, e unicamente a vós, devo uma explicação: as circunstâncias políticas assim o exigiram". Foi esta a justificação dada esta quarta-feira pelo general Rovisco Duarte aos militares que comandava há dois anos e meio para a resignação do cargo de Chefe do Estado Maior do Exército (CEME). Uma versão diferente daquela que apresentou a Marcelo Rebelo de Sousa, a quem invocou "razões pessoais" para a sua demissão.
Este pedido de exoneração ocorre cinco dias depois de o ministro da Defesa Nacional ter apresentado a demissão, em consequência do encobrimento feito por militares à forma como as armas roubadas em Tancos foram devolvidas – uma farsa montada, que passava pelo perdão dos autores do furto, que já levou à detenção de nove pessoas (oito militares e um civil).
O pedido de demissão foi enviado por Rovisco Duarte ao Presidente da República, que o transmitiu ao Governo, a quem compete propor a exoneração das chefias militares. Na nota divulgada por Belém, o general invoca "razões pessoais" para o pedido. Ainda esta quarta-feira à tarde o novo ministro da Defesa – João Gomes Cravinho, que tomou posse na segunda-feira – aceitou o pedido e deu início ao processo de substituição. O nome do sucessor será apresentado pelo Governo, "depois de ouvido o chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas", lê-se na nota. De resto, o novo ministro terá feito um ultimato ao general logo a seguir à tomada de posse. Se não apresentasse a demissão, seria demitido.
Rovisco Duarte liderava o Exército desde abril de 2016 e sai agora, um ano depois da recuperação da maior parte do material bélico roubado em Tancos. A farsa da descoberta aconteceu a 18 de outubro de 2017 e foi divulgado com toda a pompa pela Judiciária Militar.
"Saída do general é processo normal"
O primeiro-ministro António Costa disse esta quarta-feira, em Bruxelas, que a "saída do general Rovisco Duarte é um processo normal", assumindo que o pedido de demissão foi justificado com "motivos pessoais". Questionado sobre se foram "circunstâncias políticas" a motivar o pedido de demissão, Costa remeteu para a carta entregue por Marcelo Rebelo de Sousa.
Reações
Telmo Correia (CDS)
"O Governo foi politicamente irresponsável ou esta demissão não faz sentido. Tem que ser esclarecida até às últimas consequências."
Carlos Peixoto (PSD)
"O PS e o Governo podem achar que assim evaporam o caso [Tancos], mas a gravidade não se esgota nem se apaga com esta demissão. O caso não está terminado."
Jorge Machado (PCP)
"Há mais responsabilidades que têm de ser apuradas. Não só no capitão mas nos generais de duas e três estrelas que tiveram responsabilidades."
Escuta trava subida de vice-CEME
O tenente-general Campos Serafino, atual vice-CEME, era apontado como sucessor de Rovisco Duarte. Mas o seu nome consta de uma escuta que o envolve no encobrimento ao caso de Tancos.
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