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Eucaliptos já crescem junto à ‘estrada da morte’

Nas bermas da EN236 as árvores foram cortadas.

14 de fevereiro de 2018 às 08:20

As bermas da EN236, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, onde há sete meses dezenas de pessoas morreram a fugirem das chamas, começam a mudar de cor. A faixa de proteção criada após o incêndio de 17 de junho garante uma zona livre de árvores ou arbustos, mas o verde vai surgindo por entre o negro naquela que ficou conhecida como a ‘estrada da morte’.

"O Estado diz que não deixa as árvores encostarem-se à estrada, vamos lá ver como é", diz Eduardo Cunha, morador em Pobrais, pouco crente nas novas medidas.

Em Várzeas, Eduardo Augusto também duvida que as zonas limpas em redor das casas se tornem uma realidade. "Não acredito que as câmaras arranjem verbas, mas deviam ser obrigadas a mandar cortar as árvores à volta das povoações".

Quanto à proliferação dos eucaliptos em zonas de pinheiro bravo, a explicação popular é simples: "Os eucaliptos crescem num instante e a pessoa governa-se com eles, enquanto os pinheiros não os vemos a valer nada numa vida", diz Eduardo Cunha.

A falta de limpeza das florestas continua a ser outro problema sem solução à vista. "Isto vai ser complicado, rebenta tudo, de silvas a acácias e ninguém quer saber", defende Eduardo Augusto, explicando que "antes se tirava rendimento da floresta", mas agora "é só prejuízo".

Nas aldeias onde o incêndio de 17 de junho passou e causou 66 mortes, a palavra de ordem é reconstruir: casas e vidas.

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