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Bombeiro ferido na tragédia de Pedrógão regressa a casa

Rui Rosinha fala ao CM. Não vai deixar esquecer as 106 mortes.

15 de dezembro de 2017 às 09:02

O subchefe Rui Rosinha, dos Bombeiros Voluntários de Castanheira de Pera, regressou esta quinta-feira a casa depois de quase seis meses de internamento, devido às queimaduras sofridas no incêndio de Pedrógão Grande. Está feliz e satisfeito por passar o Natal com a família, mas sabe que ainda tem pela frente um longo período de recuperação, com sessões intensas de fisioterapia.

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Bombeiro ferido na tragédia de Pedrógão regressa a casa

Na tarde do dia 17 de junho, Rui Rosinha, de 40 anos, saiu de casa para apagar as chamas e quando chegou à EN236-1 pensou que era o último combate e todos - bombeiros e civis - iriam ficar "reduzidos a nada".

"A certa altura pensámos que era ali que acabava tudo, que podiam ser os nossos últimos momentos", contou ontem o bombeiro ao CM, adiantando que se sentiu "um grão de areia", perante o vento fortíssimo, a onda de calor infernal e as chamas que lançavam partículas incandescentes na sua direção. "Foi tudo muito mau, o sentimento de impotência naquele dia era muito grande".

Rui Rosinha está convencido de que "não há meios de combate em País nenhum que consigam combater o que se deparou".

Ontem, as boas-vindas foram dadas no quartel, com os bombeiros perfilados e empunhando um cartaz a dizer "Bem vindo Rui Rosinha". "Foi muito bonito, o oposto do que aconteceu em 17 de junho e em 15 de outubro, que foi muito mau", contou, garantindo que não vai deixar esquecer que morreram 106 pessoas: "em honra delas temos de mudar o que for preciso para não se repetir".

Casado e com dois filhos, de nove e 13 anos, sofreu lesões internas e queimaduras nas mãos e na cara. Ainda não sabe se voltará a vestir a farda, mas continua a sentir-se bombeiro.

Estudada mudança de meios aéreos para a Força Aérea

No espaço de dois meses, um grupo de trabalho criado pelo Governo vai "estudar, propor e desenvolver" soluções para concretizar a transferência do comando e controlo de meios aéreos de combate a incêndios para a Força Aérea.

Segundo o despacho  publicado em Diário da República, o grupo deverá apresentar "o modelo, o cronograma e os custos" da operação. O grupo é composto por seis representantes: três do Ministério da Defesa e três da Administração Interna.

50 aeronaves de combate a fogos custam 60 milhões

O ministro da Administração Interna anunciou no Parlamento a autorização de 60 milhões euros para a contratação de 50 meios aéreos de combate a incêndios florestais para 2018 e 2019, mais nove do que em anos anteriores.

Eduardo Cabrita adiantou que os meios aéreos vão estar disponíveis todo o ano e não só no chamado período crítico, além de passarem a operar mais horas por dia.

PORMENORES 

Sem casa antes do Natal

Os presidentes das câmaras de Castanheira de Pera, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos lamentam o facto de não ter sido possível realojar antes do Natal as famílias que perderam casa.

Pai Natal em ambulância

A Cruz Vermelha de Coimbra transformou uma ambulância em casa do Pai Natal, com vista a dar um Natal diferente a cerca de 3000 crianças, muitas delas afetadas pelos fogos florestais.

Desinvestir no eucalipto

Proprietários de terrenos afetados estão dispostos a trocar o investimento no eucalipto por outras culturas, como oliveiras, medronheiros ou carvalhos.

Governo aceita pagar já

António Costa confirmou ontem que o Governo quer entregar as indemnizações mínimas (70 mil euros) aos familiares das vítimas ainda antes de estarem concluídos os relatórios sobre as circunstâncias das mortes.

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