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Ex-companheira de 'barão' da Pasteleira assume em tribunal que este era traficante de droga

Na primeira sessão do julgamento, o líder da rede de tráfico de droga, Fábio Ribeiro, ficou em silêncio.

14 de maio de 2025 às 17:28

Rafaela Lima, antiga companheira do ‘barão’ da Pasteleira, assumiu esta quarta-feira no Tribunal de São João Novo, no Porto, que Fábio Ribeiro era traficante de droga.

“O Fábio era o líder, era o patrão. Tinha pessoas a trabalhar para ele no tráfico de droga, eu nunca estive na venda direta talvez porque depois fiquei grávida”, afirmou Rafaela, que garante que Fábio, de 37 anos, ainda tentou deixar o tráfico, mas regressou quando os negócios fecharam por causa da covid-19. “Eu no início estranhei o nível de vida dele, eram jantares todos os dias e idas a motéis. Só quando fomos viver juntos é que ele disse que era traficante”, recorda a mulher, que está entre os 37 arguidos do processo.

A arguida afirmou que a rede do ex-companheiro - que esta quarta-feira ficou em silêncio- tinha o nome de ‘Picolé’ e atuava no bairro da Pasteleira, no Porto. “Vendiam cocaína e heroína, a droga era guardada dentro do bairro. Eu nunca vendi droga, mas o Fábio pediu-me pequenos favores, para receber e entregar dinheiro. Vinha em sacos. Recebi dinheiro de muitas pessoas, estavam sempre a trocar. Trabalhavam por turnos”, lembra, dando conta de que apoiavam financeiramente membros da rede quando eram presos.

A arguida lembrou ainda que depois da detenção de alguns colaboradores, ‘Crilim’ também começou a ir mais vezes ao bairro da Pasteleira para controlar o esquema de tráfico. “A pessoa também de mais confiança era a Vanessa (Lemos), era ela que controlava tudo”, lembra.

Na primeira sessão foi ainda ouvida Alda Fernanda, uma arguida, que assumiu que cedeu a sua habitação no bairro da Pastelaria foi usada pela rede. “Cedi a minha casa para guardarem droga, não foi muito tempo, mas foi. Isto foi devido à coação e pressão que sofri, cedi à Vanessa e ao Hugo”, afirmou Alda que diz que recebeu 400 euros. “Foram 200 por semana, duas semanas. Mas não o fiz por dinheiro”, alegou.

Também esta quarta-feira foi ouvido Júlio Lemos, que alegou não ter relação com a rede Pica-Pau/Picolé. “Eu não tenho nada a ver com o Fábio, nem com esta rede. Que vendi estupefacientes é verdade, mas estou arrependido”, disse.

A rede do ‘barão’, que está preso, era muito organizada. Diz o Ministério Público que atuavam como uma verdadeira empresa: com gerentes, turnos finos, promoções e despedimentos. Estão em causa crimes de tráfico de droga e associação criminosa.

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