Emanuel Coelho, de 29 anos, enviou à namorada fotografias do monte a arder, na Póvoa de Lanhoso. Disse que conseguiu fugir a tempo.
Tinha tentado integrar o corpo de bombeiros voluntários da Póvoa de Lanhoso, mas foi rejeitado. A 16 de setembro do ano passado, com um isqueiro, Emanuel Coelho, de 29 anos, ateou dois focos de incêndio no Monte de S. Mamede, na freguesia de Frades, quando estava em vigor um alerta máximo de risco de incêndio, devido às temperaturas de 40 graus centígrados. O incendiário, que está preso há um ano, foi esta terça-feira condenado pelo Tribunal de Guimarães a cinco anos e dez meses de prisão.
O Tribunal deu como provado que Emanuel Coelho premeditou o incêndio e que o ateou, pelas 15h15, "mesmo sabendo que havia várias pessoas no parque de merendas do Monte de S. Mamede". O incendiário estava acusado de ter provocado dois incêndios florestais, uma vez que na mesma data e "poucos minutos depois", a cerca de 300 metros do primeiro foco, ateou um novo incêndio, também com recurso ao isqueiro. Mas pela proximidade física e temporal das duas situações, o Tribunal entendeu tratar-se de um único fogo.
Após atear as chamas, o incendiário foi de carro até ao posto de abastecimento de combustível à face da Estrada Nacional 103, de onde enviou à namorada uma mensagem com uma fotografia onde se viam duas colunas de fumo. A namorada respondeu à mensagem com "o que foste fazer à tua vida, não tens juízo nenhum", tendo Emanuel respondido que estava em segurança.
O fogo, que foi considerado um dos mais graves de 2024 e que levou à evacuação de várias casas de família, do Centro Educativo de Monsul e do Lar de Idosos de Verim, causou prejuízos de quase 350 mil euros. O arguido foi condenado a pagar indemnizações de quase 100 mil euros à Câmara da Póvoa de Lanhoso e à empresa Navigator.
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