Artigo exclusivo
Apanhou mais de 20 anos de cadeia pela morte de um agente da PSP reformado. Foi libertado, matou novamente.
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Eduardo Paixão tinha 65 anos quando foi assassinado. Tentava defender a mulher, assaltada por dois jovens armados. Júnior e o amigo estavam encapuzados e aproveitaram a hora do fecho do minimercado da Amadora. Era véspera de Ano Novo e ainda havia clientes no estabelecimento. Armados, os jovens fizeram um disparo de intimidação. Júnior empunhou a arma contra Alzira, mulher de Eduardo Paixão, e obrigou-a a abrir a caixa registadora.O ex-agente da PSP reformado, que tinha a sua arma no coldre, não hesitou. Tentou chegar à pistola, foi demasiado lento. Levou um tiro de Júnior que o matou de imediato. E que antes de fugir ainda teve o sangue frio de levar o que pretendia - 750 euros que estavam na caixa registadora.Residente na Cova da Moura, foi esse o seu primeiro lugar de fuga, no último dia de 2015. Tal como agora, onde se voltou a esconder, durante seis meses, após o corpo de Mota Jr ter sido encontrado.Sabia que a Judiciária o procurava, mas tinha uma rede de apoio que se mantinha. E que lhe permitia saltar de poiso em poiso, sempre que a PJ se aproximava.Esta quarta-feira, acabou a fuga. Foi preso pelos inspetores, numa megaoperação que teve ainda mais nove buscas a casas. Eram muitos os locais a procurar, mas Júnior não conseguiu fugir. Foi indiciado por homicídio e rapto do rapper e vai ser esta quinta-feira ouvido em tribunal. Tem agora 26 anos, mas, tal como em 2015, matou para conseguir roubar. Venderam ouro por dois mil euros Ainda o corpo de Mota Jr não tinha aparecido e já a PJ sabia que se tratava de um homicídio. As provas eram muitas: o sangue encontrado no pátio da casa mostrava o ataque violento; o rapper nunca mais tinha dado sinais de vida; o proprietário de uma casa de penhores confirmou que comprou por dois mil euros o ouro que o jovem usava no dia em que foi assaltado. Três dos suspeitos, sabia também a PJ, tinham saído do País a 19 de março. Mas só dois deles tinham estado no assalto, o terceiro apenas conduzia o carro. Faltava apanhar um dos assaltantes, que embora tivesse apenas 26 anos era considerado muito perigoso. Sabem agora as autoridades que a morte de Mota Jr foi muito violenta. O corpo foi encontrado na serra da Arrábida e mostrava sinais de tortura. David Mota pode ter morrido pouco depois do assalto e o seu corpo foi abandonado num local de difícil acesso, de forma a poder ser comido por animais. O que efetivamente aconteceu e dificultou a descoberta dos restos mortais. Estava à espera de um recurso Júnior saiu em liberdade enquanto esperava pela decisão do Tribunal da Relação de Lisboa. Ainda que condenado, mantinha-se em prisão preventiva, por a decisão não ter transitado em julgado. As duas penas podem agora acumular e ser superiores aos 25 anos. Edi Barreiros foi preso ao chegar ao aeroporto Edi Barreiros, o primeiro suspeito a ser apanhado, ficou em Manchester durante mais de dois meses, mas a descoberta do corpo do rapper Mota Jr precipitou tudo. O jovem fugiu para Londres e tentou depois viajar para o Porto. Não sabia que havia mandados pendentes, foi apanhado ainda no aeroporto. A detenção de Edi Barreiros foi feita pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras do Porto e o suspeito depois entregue à Polícia Judiciária. Confinamento ajudou na fuga Mota Jr foi sequestrado na madrugada de 15 de março e dois dos três atacantes - havia um quarto homem num carro no exterior do prédio - saíram do País na semana seguinte. O móbil do crime foi o roubo das joias e dinheiro do rapper, de 28 anos, que tinha por hábito ostentar os luxos nas redes sociais. O plano era roubar Mota Júnior e torturá-lo caso resistisse, o que efetivamente aconteceu. O confinamento acabou por ‘ajudar’ os assaltantes, que conseguiram manter-se escondidos até o corpo aparecer. Aproveitaram quando família foi à PJ O grupo voltou ao local do crime horas depois, numa altura em que a mãe e irmã do cantor estavam a prestar depoimento na PJ. Tinham as chaves de casa e sabiam onde estavam guardados os bens. O assalto foi cirúrgico, sabiam o que procuravam. Amiga não pediu ajuda porque teve medo A amiga de Mota Jr que estava com ele na noite de 15 de março, quando foi atacado, foi ouvida como testemunha pela PJ. Contou que os atacantes a mandaram embora e ela, com medo, não chamou a polícia. Não reconheceu os homicidas. PORMENORES Devorado por javalis David Mota, conhecido por Mota Jr no mundo da música, terá sido torturado até à morte e devorado por javalis. O corpo estava muito decomposto. Porta de casa Mota Jr foi atacado à entrada de casa, a 15 de março, em São Marcos, Sintra. Estava com uma amiga que inicialmente foi considerada suspeita, por ter fugido do local. Disse que ia entregar-se Edi Barreiros ainda alegou em tribunal que veio para Portugal porque se queria entregar à Justiça. A explicação não foi aceite. Está agora em prisão preventiva, tal como os restantes arguidos. Valor desconhecido O valor que foi roubado do cofre de Mota Jr é desconhecido. Ninguém sabe exatamente quanto estava no local e a família admite que a vítima tenha revelado a existência do cofre quando foi torturada. Mas também não sabe o montante que o jovem guardava. Também é arguido O dono da casa de penhores que comprou as peças em ouro foi constituído arguido por recetação, mas garante que não sabia que se tratavam de artigos roubados. A Polícia Judiciária defende que não está envolvido no homicídio. Apenas os quatro já detidos.
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