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Humoristas negam que tenham tentado entrar em Moçambique com visto de turistas

Alegam que tentaram no aeroporto adquirir o visto de atividades culturais que lhes foi solicitado.

21 de julho de 2025 às 16:21

Os humoristas que domingo foram impedidos de entrar em Moçambique para um espetáculo negaram esta segunda-feira que tenham tentado entrar no país como turistas, alegando que tentaram ainda no aeroporto adquirir o visto de atividades culturais que lhes foi solicitado.

A Showtime, agência do espetáculo Tons de Comédia, com os humoristas Hugo Sousa (Portugal), Gilmário Vemba (Angola) e Murilo Couto (Brasil), indicou que a comitiva chegou ao aeroporto da capital moçambicana às 14h40 locais (13h40 em Lisboa) de domingo, com um espetáculo agendado para as 17h00 (16h00 em Lisboa).

Os artistas "foram abordados por um agente da autoridade, que solicitou os passaportes da comitiva, alegando que lhes seria concedida prioridade devido à proximidade do 'show'", mas, "ao chegarem ao balcão de imigração, o mesmo agente requereu o visto de atividades culturais", adianta a agência.

À Lusa, um elemento da Showtime explicou que o objetivo era, no aeroporto, adquirir o visto de atividades culturais e prosseguir viagem e o espetáculo.

Tal não aconteceu porque foram informados por um representante da TAAG (Linhas Aéreas de Angola) de que "a imigração havia pedido que a comitiva fosse devolvida a Luanda", o que só poderia acontecer na terça-feira.

Os artistas, que chegaram a Moçambique provenientes de Luanda, decidiram então "cancelar o espetáculo e fazer o reembolso dos bilhetes, uma vez que não havia uma estimativa clara sobre o tempo que levariam para resolver a questão".

Pedro Gonçalves, agente do grupo, falou com "o responsável pelo serviço de imigração", o qual lhe transmitiu que "não seria autorizada a entrada no país e que a comitiva teria de aguardar no aeroporto pelo voo de regresso a Angola, o qual só estaria disponível na terça-feira seguinte".

O agente disse que o grupo optaria pelo voo da TAP para Portugal, que estava agendado para o dia seguinte (esta segunda-feira) e solicitou "que fosse autorizada a entrada temporária do grupo como turistas, a fim de poderem realizar uma refeição, pernoitar no hotel e regressar ao aeroporto na manhã seguinte para embarcar no voo com destino a Lisboa".

O pedido foi aceite apenas para o agente Pedro, que recusou por estar a acompanhar os artistas.

"O grupo passou a noite ali mesmo, no aeroporto", alimentando-se do que a produção local conseguiu providenciar e estão neste momento de regresso a Lisboa, segundo a agência.

O diretor-geral do Serviço Nacional de Migração (Senami) moçambicano tinha justificado a recusa de entrada no país aos humoristas por o terem tentado fazer com visto de turismo, quando pretendiam realizar um espetáculo.

"Vieram ao país mas não obedeceram aos critérios pelos quais eles vinham. Porque eles vinham para dar um espetáculo, um 'show'. É uma atividade cultural", disse o diretor-geral, Zainedine Danane, questionado pela Lusa à margem do evento que assinalou hoje os 50 anos do Senami, em Maputo.

À Lusa, fonte da agência do grupo disse que isso não aconteceu, que eles não sabiam que tinham de ter visto de atividades culturais e que assim que foram informados dessa necessidade tentaram obtê-lo no aeroporto, tal como já fizeram em outros países, como Cabo Verde.

E adiantou que o visto de turista foi uma solução para o grupo poder sair do aeroporto no domingo, até regressar no dia seguinte para embarcar para Portugal, até porque o espetáculo já tinha sido cancelado.

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