O empresário José Veiga, conhecido pelas suas ligações ao futebol e agora relacionado com bancos em África, Paulo Santana Lopes (irmão do ex-primeiro-ministro e atual provedor da Santa Casa Pedro Santana Lopes), e uma advogada portuguesa foram detidos na manhã desta quarta-feira pela Polícia Judiciária por crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influências, participação económica em negócio e fraude fiscal. Em causa, sabe o Correio da Manhã, estão dezenas de milhões de euros com origem no Congo que passaram pelas contas dos portugueses.
A operação, batizada 'rota do Atlântico', foi realizada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal do Ministério Público. A investigação que iniciou-se no final de 2014.
No decurso da operação, que ocorreu nas zonas de Lisboa, Braga e Fátima, foram realizadas trinta e cinco buscas, tendo estado envolvidos cerca de cento e vinte elementos da PJ e dez magistrados.
Foram apreendidos vários imóveis, veículos automóveis de gama alta e saldos bancários.
Os detidos, com idades compreendidas entre os 53 e os 57 anos, vão ser sujeitos a primeiro interrogatório judicial, para eventual aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
Três dezenas de buscas
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), existem suspeitas dos crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influência, fraude fiscal e participação económica em negócio na compra e venda de ações de uma instituição financeira estrangeira, ações detidas por instituição de crédito nacional.
A investigação tem dimensão internacional, apresentando ligações com os continentes europeu, africano e americano, acrescenta uma nota da PGR adiantando que esta a ser também investigada a origem de fundos movimentados noutros negócios em que são intervenientes os suspeitos, nomeadamente, a celebração de contratos de fornecimento de bens e serviços, obras públicas e venda de produtos petrolíferos.
No âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) realizaram-se hoje várias diligências, designadamente cerca de três dezenas de buscas a domicílios e sedes de empresas, a uma instituição bancária e a três escritórios de advogados.