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Operação ‘Erva Daninha”: PJ desmantela grupo criminoso que se dedicava ao tráfico de canábis produzido em Portugal

Megaoperação da PJ deteve vários suspeitos. Autoridades portuguesas suspeitam que proveitos do negócio serviam para financiar grupos e atividades terroristas.

Atualizado a 21 de maio de 2025 às 11:25
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Operação ‘Erva Daninha”: PJ desmantela grupo criminoso que se dedicava ao tráfico de canábis produzido em Portugal

A Polícia Judiciária deteve vários suspeitos – o número e as nacionalidades não foram revelados – de fazerem parte de uma rede criminosa que se dedicava a comercializar canábis com elevados níveis de THC (a principal substância psicoactiva das plantas do género), produzida em território nacional, e que seria transportada para vários mercados europeus e africanos através dos canais do comércio lícito da canábis medicinal.   

Como avançou, em primeira mão, o Correio da Manhã, as autoridades suspeitam que o dinheiro proveniente do negócio do tráfico de droga estava a ser utilizado para financiar grupos e atividades terroristas  

Segundo o comunicado publicado pela PJ, foram cumpridos 64 mandados de busca e apreensão de norte a sul do país e, ainda, na ilha da Madeira. A nota refere que foram, igualmente, cumpridos seis mandados de busca em Espanha, um na Bulgária e um outro em Chipre. 

A investigação – conduzida pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ (UNCTE/PJ) – terá começado em 2022. Em comunicado, a PJ explica que “as investigações permitiram apurar que a organização criminosa em causa, conhecendo as falhas e vulnerabilidades do sistema de fiscalização e controlo de exportações de canábis medicinal em Portugal, adquiria empresas farmacêuticas, depois criava sociedades comerciais licenciadas para o comércio por grosso, importação e exportação de canábis medicinal, acabando, na realidade, por enviar vários milhares de quilos de canábis para mercados ilícitos utilizando documentação e certificados falsos”. 

De acordo com o comunicado da PJ, antes desta operação, tinham sido “desenvolvidas diversas diligências de investigação, em território nacional e em vários países da Europa, para recolha de prova para pôr termo à atividade ilegal que os suspeitos vinham a desenvolver durante os últimos meses”. 

Recorde-se que Portugal é hoje o segundo maior exportador mundial de canábis medicinal, apenas atrás do Canadá. O negócio tem vindo a crescer a grande ritmo desde 2014, com empresas de referência localizadas na Margem Sul do Tejo, Alentejo e região Oeste. 

Na operação ‘Erva Daninha’ participaram cerca de 300 inspetores, 48 peritos e 24 seguranças da PJ, seis magistrados do Ministério Público e três juízes. 

O inquérito titulado pelo DCIAP de Lisboa prossegue. 

Publicada originalmente a 20 de maio de 2025 às 11:41

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