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Ministério Público abre inquérito no caso de detenção em Lisboa de homem próximo de antigo presidente da Guiné-Bissau

PJ deteve no Aeroporto Figo Maduro, em Lisboa, o chefe de protocolo de Sissoco Embaló, por suspeita de contrabando e branqueamento de capitais, por transportar na bagagem cerca de cinco milhões de euros em numerário.

17 de dezembro de 2025 às 19:07
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Homem próximo de Sissoco Embaló detido em Lisboa foi libertado sem ir a tribunal

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito no caso em que um homem próximo do ex-presidente da Guiné-Bissau Sissoco Embaló foi detido num aeroporto em Lisboa, confirmou esta quarta-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR).

"Confirma-se apenas a instauração de um inquérito a correr termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa", disse, em resposta à Lusa, fonte oficial da PGR, sem revelar pormenores.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve em 14 de dezembro, no Aeroporto Figo Maduro, em Lisboa, o chefe de protocolo de Sissoco Embaló, por suspeita de contrabando e branqueamento de capitais, por transportar na bagagem cerca de cinco milhões de euros em numerário, indicou anteriormente à Lusa fonte ligada à investigação.

No domingo, a PJ tinha informado que o cidadão estrangeiro, que não identificou, iria ser interrogado por um juiz para aplicação de medidas de coação, o que acabou por não acontecer, uma vez que crime principal de que aquele é suspeito (contrabando) é punível com uma pena máxima inferior a cinco anos de prisão.

No avião, proveniente da Guiné-Bissau, seguia ainda a mulher de Sissoco Embaló, que não foi detida, confirmou à Lusa fonte ligada à investigação.

Segundo uma nota da PJ, "o voo estava inicialmente classificado como sendo militar e, depois de Lisboa, seguiria para [o aeroporto de] Beja", no sul de Portugal, tendo-se posteriormente verificado que a sua natureza e o seu destino final "eram distintos" dos que tinham sido indicados às autoridades aeronáuticas.

A ação policial, em conjunto com a Autoridade Tributária, aconteceu na sequência de uma denúncia anónima e o dinheiro descoberto foi apreendido.

Um autodenominado "alto comando militar" tomou o poder na Guiné-Bissau em 26 de novembro, três dias depois das eleições gerais (presidenciais e legislativas) do país africano e um dia antes da data anunciada para a divulgação dos resultados.

A oposição e figuras internacionais têm afirmado que o golpe de Estado foi uma encenação orquestrada por Sissoco Embaló por alegadamente ter sido derrotado nas urnas, impedindo assim a divulgação de resultados e mandando prender de forma arbitrária diversas figuras que apoiavam o candidato que reclama vitória, Fernando Dias.

Entre os detidos, está Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), enquanto Fernando Dias está refugiado na embaixada da Nigéria em Bissau.

Depois de destituído, Sissoco Embaló saiu de Bissau, em 28 de novembro, para Dacar, no Senegal, e dias depois, deixou este país e foi para Brazaville, no Congo.

Em 04 de dezembro, circulava nas redes sociais a informação de que viajara, na véspera, para Marrocos.

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