Nascido em Luanda, em 1944, expôs individualmente pela primeira vez em 1978.
O artista plástico Gaëtan Oliveira, de 75 anos, cuja obra se centrou sobretudo no autorretrato, morreu em Lisboa, vítima de cancro, revelou esta quarta-feira à agência Lusa fonte da Galeria Miguel Nabinho.
Gaëtan Lampo Martins de Oliveira, nascido em Luanda, em 1944, expôs individualmente pela primeira vez em 1978, e a sua obra desenvolve-se essencialmente na área do desenho.
A partir do início dos anos 1980, Gaëtan centrou-se no autorretrato, que passou a tratar de modo continuado e obsessivo, aprofundando as variações sobre o mesmo tema, que era o seu rosto.
Entre as exposições que realizou destacam-se a antológica "Terra de Ninguém", no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, em 1996, e no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, também em Lisboa, em 2004.
Participou ainda na XXI Bienal de Paris (1980), na mostra "Depois do Modernismo", na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa (1983), em "Tríptico", no Museum van het Hedendaagse Kunst, em Gent (1991), na Bélgica, e m "Drawing Towards a Distant Shore: Selections from Portugal", no The Drawing Center, em Nova Iorque (1994).
Gaëtan estava a preparar uma exposição individual para a Fundação Carmona e Costa, em Lisboa.
"É um dos artistas portugueses que mais recorreram ao desenho, praticando-o de forma quase exclusiva", lê-se na apresentação da sua obra, no 'site' do Museu de Serralves. "Apostado em expulsar da sua prática quaisquer tiques de academismo, cedo decidiu que, sendo destro, passaria a desenhar apenas com a mão esquerda. É principalmente conhecido através da prática obsessiva do autorretrato, em que se tem vindo a aplicar desde 1981".
"Esta recorrência ao seu rosto", como material de base, foi já descrita como "uma arte da fuga, composta de variações sobre o mesmo tema", recorda Serralves sobre o artista.
"Os desenhos em que Gaëtan se retrata, e onde surgem pequenas mudanças mais ou menos perceptíveis da sua face e do seu corpo - alterações obviamente acentuadas com a passagem do tempo - têm servido para eleger o tempo e a memória como os verdadeiros temas do seu trabalho", descreve o museu de arte contemporânea do Porto.
A Fundação Calouste Gulbenkian disponibiliza 'online' a reprodução de "Agnus Dei (olhos castanhos, camisa aberta)", uma das obras de Gaëtan, da sua coleção.
Em 1996, com a antológica "Terra de Ninguém", a Gulbenkian publicou o catálogo homónimo, com textos dos artistas e curadores Jorge Molder, que dirigiu o Centro de Arte Moderna, e Manuel Castro Caldas, professor e fundador do Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual.
Gaëtan está representado em coleções públicas e privadas, nomeadamente da Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana, Caixa Geral de Depósitos, do Ministério da Cultura, da Fundação Carmona e Costa, do Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa, está ainda repesentado no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, nomeadamente nas obras em depósito, e no Museu de Arte Contemporânea, no Funchal, entre outras instituições.
Ministra da Cultura recorda importante contributo de Gaëtan para arte portuguesa
A ministra da Cultura lamentou esta quarta-feira a morte do artista plástico Gaëtan, sublinhando o "importante contributo" do criador para a arte contemporânea portuguesa, na "exploração detalhista do retrato enquanto motivo maior da sua obra".
O artista plástico Gaëtan Lampo Martins de Oliveira, nascido em Luanda, em 1944, cuja obra se centrou sobretudo no autorretrato, morreu hoje em Lisboa, vítima de cancro, disse à agência Lusa fonte da Galeria Miguel Nabinho.
Em comunicado, a ministra da Cultura recorda que Gaëtan, como era conhecido, "viveu no interior dos seus autorretratos uma vida de intenso questionamento sobre a identidade e o papel da arte na construção de uma personagem".
"Num percurso onde o reflexo se apresentava, pela forma do desenho, como elemento de transgressão da imagem mediada, o trabalho de Gaëtan permitiu-se sempre à apropriação e à possibilidade de projeção", acrescenta a mesma nota, sobre o artista que completara 75 anos.
A partir do início dos anos 1980, Gaëtan centrou-se no autorretrato, que passou a tratar de modo continuado e obsessivo, aprofundando as variações sobre o mesmo tema, que era o seu rosto.
"A condição auto ficcional que foi buscando ao longo de mais de 40 anos de trabalho intenso levou-o a defender sempre que o que fazia não seriam autorretratos, mas modos de interpretar o que via e as marcas que a observação demorada deixavam transparecer através do rosto e do tempo", salienta ainda a nota oficial.
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