Ministério considera que auto "padece de incongruências e de inexatidões".
O Ministério Público mandou abrir um processo autónomo para investigar a falsificação do auto de notícia onde se dizia que Odair estava armado com uma faca.
Diz se na acusação, a que o CM teve acesso, que o auto que foi feito pela PSP "padece de incongruências e de inexatidões". Uma das suspeitas diz respeito à autoria do auto, uma vez que o documento indica que o auto foi elaborado às 14h55 do dia 21 de outubro de 2024 por um agente que a essa hora estava a ser sujeito a interrogatório pela Polícia Judiciária, que começou pelas 14h40 e só terminou pelas 18h00 e teve lugar na DLVT – PJ, em Lisboa.
O Ministério Público refere, portanto, que, por despacho de 19 de dezembro de 2024, "foi extraída certidão para investigação autónoma destes factos".
Como medida de coação, o MP decretou a "suspensão do exercício de profissão de Agente da PSP".
Recorde-se de que Odair Moniz, cabo-verdiano, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP, a 21 de outubro, no bairro da Cova da Moura, em Lisboa, acabando por falecer no Hospital São Francisco Xavier.
A PSP indicou que Odair colocou-se em fuga, de carro, e que terá resistido à detenção e tentado agredir os agentes com uma arma branca.
O acontecimento desencadeou vários tumultos no Bairro do Zambujal - onde Odair morava - que se estenderam a outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram vandalizados e incendiados diversos automóveis e caixotes do lixo.
Além do processo judicial, estão a decorrer na Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) e na PSP processos de âmbito disciplinares.
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