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Ninguém sabe dele

Luís Almeida Leitão, de 55 anos, está desaparecido há um mês e meio de Manteigas. Foi visto pela última vez cerca das 19h00 de 24 de Setembro. A família receia que ele “tenha sido morto e enterrado”. Ninguém acredita noutra hipótese que não seja o homicídio. A Polícia Judiciária da Guarda está a investigar o caso.

06 de novembro de 2005 às 00:00

Uns dias antes do desaparecimento, Luís terá encontrado a mulher, em casa, com o amante. A infidelidade, segundo familiares e amigos, deixou-o “incomodado”. Ele e a mulher, apesar de habitarem na mesma casa, não partilhavam o leito há quatro anos – e estavam a tratar do divórcio. O casal tem um filho, de 28 anos, que trabalha nas obras.

“Tenho a certeza de que está morto e enterrado. Só queria encontrar o corpo, para lhe darmos um enterro digno da pessoa que foi”, diz ao Correio da Manhã Helena Leitão, irmã do desaparecido. Pede às autoridades para não abandonarem as investigações, para que o caso, diz, “não seja transformado num semelhante ao da menina Joana”, em que o corpo nunca apareceu.

Luís quase não era visto sozinho: “Ou andava com a família ou com os amigos da Liga de Combatentes”, diz a irmã. Manuel Soares, presidente da Liga dos Combatentes de Manteigas, e Joaquim Garra, ex-combatente em África, defendem a tese da família: “A única hipótese é o homicídio”. Os dois amigos excluem a hipótese de suicídio ou o desaparecimento por vontade própria: “Assassinaram-no. Não tenho a mais pequena dúvida”, diz Manuel Soares.

O passar do tempo tem adensado este mistério. Em Manteigas, cada um dá o seu palpite: “Mataram-no e queimaram-no num forno”; “serviu de comida para os porcos”, “meteram-no na mala de um carro e levaram-no para o enterrar na serra”. Seja como for, a Polícia Judiciária da Guarda está a investigar.

A mulher de Luís Leitão, contactada pelo CM, escusou-se a falar sobre o desaparecimento do marido. À porta do café-restaurante ‘Glaciar’, que ambos exploravam, no rés-do-chão da moradia, resta o aviso: “Estamos fechados para férias por tempo indeterminado”.

"APANHOU-A NA CAMA COM OUTRO"

Na noite de 12 de Setembro, Luís Leitão passou o serão com familiares. Voltou a casa, no sítio da Senhora dos Verdes, e “apanhou a mulher na cama com outro, facto que o afectou, mesmo separados há quatro anos e a dormirem em camas separadas”, conta Ludovina Leitão, a cunhada. No meio da confusão, “a mulher deu-lhe com o ferro de engomar e arranhou-o”. Apresentou queixa na GNR e, nessa noite, o desaparecido ficou em casa do irmão e da cunhada. No dia seguinte, voltou a casa e por lá ficou, com a mulher.

Em 24 de Setembro, Luís Leitão foi visto a descer as escadas de casa, provavelmente a caminho do bar da Associação da Liga dos Combatentes. Mas nunca lá chegou. Como a mulher e o filho não comunicaram o desaparecimento, foi o irmão e a cunhada que, cinco dias depois, contactaram a GNR. O major Óscar Rocha, do Grupo Territorial da Guarda, confirmou a apresentação da queixa e as diligências feitas. “Deslocámo-nos com os cães pisteiros, mas perto da casa o rasto desaparecia. Nos dois dias seguintes, utilizámos cães treinados na detecção de cadáveres, sem resultados”.

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