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"O exorcismo envolve sempre contacto físico", defende padre

Polémico exorcista diz que está a ser acusado devido às causas que defende.

06 de agosto de 2018 às 01:30

A mulher que se queixou de ter sido violada durante um exorcismo pelo polémico padre Humberto Gama, no seu consultório em Fátima, é descrita por ele como "uma velha de muletas, mal vestida, ranhosa e mal penteada", aparentando ser "muito mais velha do que disse".

Humberto Gama diz que o exorcismo "envolve sempre o contacto físico" e afirma estar "de consciência tranquila". Garante que "é tudo mentira". "Não há aí uma pontinha de verdade", diz, justificando a acusação com o facto de ser "um agitador" e "incomodar muita gente", pelas causas que defende. "Fui o primeiro a escrever sobre a pedofilia, contra este vandalismo em Fátima - que é dos ricos e se tornou um negócio -, a favor da eutanásia e da cremação. Isto incomoda muita gente", explica.

Defende que a queixosa, de 55 anos, residente na zona de Coimbra, toma "muitos medicamentos" por ter "problemas psicológicos" e recorreu aos seus serviços por "o marido ter deixado de a procurar".

"Ela entrou aqui em casa à hora de almoço, sem marcação e eu dei-lhe 10 minutos. Procurei ajudá-la, fiz as rezas todas e ela foi daqui agradecida", conta, questionando "como é que 10 minutos deram para violar, ir à PJ, deram para tanta coisa com tanta gente a passar?".

Humberto Gama foi detido pela PJ de Leiria no dia seguinte à alegada violação. Está em liberdade, mas proibido de contactar a vítima e obrigado a apresentar-se às autoridades. Pode continuar a dar consultas, em Fátima ou nos seus outros consultórios, no Norte do País.

PORMENORES

Queixa

"Aproveitando a sua atividade de exorcista e explorando a fragilidade da vítima, constrangeu-a à prática de atos sexuais de rele-vo, após a ter colocado na impossibilidade de resistir", diz a PJ, em comunicado.

Indícios

Segundo o tribunal, "subsistem fortes indícios de prática de crime" e a "prognose de que o arguido reitere a sua conduta, atendendo ao descontrolo de impulso sexual indiciado".

Satisfação

Os factos já apurados pela investigação dão conta de um "descontrolo de impulso do arguido, quanto à obtenção de satisfação sexual, no contacto com esta vítima em particular".

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