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Órfão escreve a Marcelo a pedir ajuda e justiça

“Tenho direito ou não de enterrar o meu pai?”, pergunta filho de homem desaparecido.

23 de abril de 2018 às 01:30

Marcelo Santos desapareceu, sem deixar rasto, em dezembro de 2013. Três meses depois, a irmã, Carla, foi assassinada pelo ex-companheiro Moisés Fonseca, numa casa em Monte Abraão, Sintra. A família dos dois irmãos acredita que Moisés, condenado a 25 anos de cadeia pelo homicídio da ex-mulher à facada, é responsável também pela morte de Marcelo Santos, cujo cadáver nunca foi localizado. O filho de 15 anos escreveu uma carta aberta para ser entregue a Marcelo Rebelo de Sousa.

"Já passaram quatro anos e o meu pai continua desaparecido, morto, enterrado em local incerto e em terra de ninguém, pelo assassino (...) tenho ou não o direito de enterrar ou cremar o meu pai dando-lhe um enterro digno? Como pensam que se sentem os nossos avós, pais do meu pai e da minha tia, abandonados pela Justiça?", escreve o adolescente.

"Desde dezembro de 2013 que a nossa vida tomou um rumo muito triste. Somos pessoas de bem. O meu pai e a minha tia eram pessoas de bem, seres humanos incríveis, mas alguém nos destruiu".

O jovem pede ainda que se faça justiça: "Um assassino roubou-me a oportunidade de ser um jovem como todos os outros e de ter o pai mais meigo, dedicado e amigo. A minha tia era também maravilhosa. As pessoas precisam de viver, de fazer o luto e de sentir que a justiça existe." O adolescente finaliza: "Por favor ajude-me, preciso de justiça como o ar que respiro."

PORMENORES

Homicida assume crime

Em pelo menos seis conversas informais com a PJ, Moisés referiu que matou o cunhado com a mesma faca com que tinha sido atacado, invocando legítima defesa. Não revela onde está o corpo de Marcelo.

Apoio da família

Moisés, o homicida, tem contado sempre com o apoio da família. Aliás conseguiu passar todo o seu património para os pais e a irmã de forma a evitar pagar a indemnização ao filho no valor de 120 mil euros.

Caso arquivado 2 vezes

O MP arquivou pela segunda vez a investigação à morte de Marcelo e desistiu de procurar o corpo, embora assuma que a única forma de verificar a presença de um corpo seria através de detetores de rastreamento no solo.

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