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Perdão dos fiéis salva condutor

Leva pena suspensa por quatro mortes em procissão.

06 de fevereiro de 2016 às 02:21

Pena suspensa de três anos de cadeia foi a condenação aplicada na sexta-feira pelo Tribunal de Penafiel a Artur Gonçalves, condutor de 28 anos que, na noite de 22 de abril de 2011, matou quatro mulheres e feriu outras 11 pessoas, quando abalroou violentamente a procissão da Via Sacra em que participavam as vítimas, em Vila Chã do Marão, Amarante.

"Circulava com manifesta desatenção e em excesso de velocidade", afirmou a juíza-presidente, convicta de que foram estes fatores que fizeram com que Artur não visse a procissão – com mais de 280 pessoas. Ao longo do julgamento, o homem negou a culpa, mas, na última sessão, reconheceu o excesso de velocidade, pedindo, em lágrimas, perdão aos familiares das vítimas.

"O facto de ter negado não permite concluir que tenha uma personalidade insensível", explicou a juíza, acrescentando que esta foi "uma experiência traumatizante" também para Artur Gonçalves , pois o mecânico conhecia todas as vítimas.

Pesaram igualmente na decisão de suspensão da pena a falta de antecedentes criminais e o facto de nenhum dos fiéis, testemunhas da tragédia, ter manifestado animosidade com o condutor: "Tinham pena de si pelo que aconteceu. Não vieram dizer nada contra si."

Artur Gonçalves foi condenado por quatro crimes de homicídio por negligência e 11 crimes de ofensa à integridade física, dois dos quais graves. Tem ainda de pagar três mil euros (125 euros por mês) à Associação de Cidadãos Automobilizados.

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