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Pilotos de aeronave defendem-se em investigação por homicídio

Instrutor e aluno não prestaram declarações durante interrogatório com procuradora do Ministério Público.

04 de agosto de 2017 às 01:30

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Avião ligeiro aterra de emergência em Almada
Avião ligeiro aterra de emergência em Almada
Homem e criança morrem atingidos por avioneta em praia
Homem e criança morrem atingidos por avioneta em praia
Homem e criança morrem atingidos por avioneta em praia
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Homem e criança morrem atingidos por avioneta em praia
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Avião ligeiro atinge mortalmente duas pessoas na Caparica
Avião ligeiro atinge mortalmente duas pessoas na Caparica
Avião ligeiro atinge mortalmente duas pessoas na Caparica
Tripulantes foram protegidos da ira popular após o acidente
Conde de Almeida (à esquerda) dava instrução de navegação ao aluno Rui Relvas
Investigadores vão fazer mais perícias à aeronave acidentada
Advogado recusou prestar esclarecimentos sobre o processo

Passaram o dia inteiro no Tribunal de Almada, mas saíram em liberdade, com termo de identidade e residência, depois de serem ouvidos por uma magistrada do Ministério Público.

Mas tanto o instrutor Carlos Conde de Almeida – homem conceituado entre a comunidade aeronáutica que trabalhou na TAP vários anos – como o aluno Rui Relvas foram constituídos arguidos por homicídio negligente.

Nem à entrada nem à saída do tribunal quiseram falar sobre o caso e mesmo perante a procuradora Teresa Sanchez, sabe o CM, ficaram em silêncio.

De acordo com Pedro Calhamar, um piloto com 35 anos de experiência, Conde de Almeida "é um instrutor experiente, com conhecimentos de mecânica e de aeronáutica" e não critica a decisão tomada pelo piloto. "Estou certo que não quis fazer mal a ninguém. Aterrou com vento a ‘dar de trás’ e isso deu-lhe velocidade. Foi mais à frente do local onde esperava aterrar".

Pedro Calhamar acrescenta que "amarar vem nos manuais, mas uma coisa é estar no papel e outra é a realidade. Pessoalmente teria ido para o mar, mas estou a falar aqui e agora. Lá não sei qual a decisão que tomava."

"Quanto mais baixo se está mais difícil é e menos tempo se tem para tomar uma decisão. Eu próprio já tive de fazer três aterragens de emergência. E uma delas com falha de motor. Felizmente não aconteceu em zonas com população. Amarar em aviões como aquele tem um problema e pessoas experientes sabem isso. Têm rodas fixas e todo o peso está à frente. Quando se amara um avião como aquele, ele capota na água. Quem vai lá dentro tem dificuldade em sair e pode facilmente morrer afogado", explica.

Asas arrancadas para levar aeronave acidentada  

O Cessna 152 com a matrícula CS-AVA foi removido da praia para um hangar na zona da Cova do Vapor, na Trafaria, onde ficou durante a noite. Já ontem foi levado deste local pelas autoridades para ser submetido a mais perícias. Para efetuar o transporte, com recurso a um camião, as assas foram removidas.

Peritos em acidentes aéreos colaboram com Judiciária 

A investigação vai ficar a cargo da Polícia Judiciária, em colaboração com o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAAF). O CM sabe que os investigadores já solicitaram à MEO as imagens das câmaras instaladas na praia de São João e estão a verificar se há outras câmaras na zona do estuário do Tejo que possam ter captado os últimos momentos do voo que terminou na praia de São João.

Pormenores

Seguros e revisões em dia

O Aeroclube de Torres Vedras, dono da aeronave, garantiu que a mesma se encontrava "em plenas condições mecânicas, com todas as revisões e certificações exigidas, bem como coberta pelo necessário seguro".

Homicídio negligente

Os dois tripulantes arriscam uma pena que pode chegar aos três anos de cadeia. Em caso de negligência grosseira a pena pode atingir os cinco anos.

Testemunhas na praia

Logo a seguir ao acidente, a Polícia Marítima ouviu e identificou dezenas de testemunhas. Muitas outras pessoas que viram o sucedido deslocaram-se às instalações desta polícia, na Caparica, disponibilizando-se para prestar esclarecimentos.

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