Documentos apreendidos revelaram esquema às autoridades como funcionava o alegado esquema de financiamento ilegal.
As buscas realizadas, esta semana, pela Polícia Judiciária na ilha da Madeira permitiram aos inspetores recolher documentos que, segundo o CM apurou, indiciam a existência de uma contabilidade paralela entre empresas de Humberto Drumond e Miguel Nóbrega e o PSD local. Seria através de um esquema de subfaturação ao partido por serviços prestados para campanhas eleitorais e posterior recebimento da diferença através de concursos públicos que, durante vários anos, funcionou o eventual financiamento ilegal. Além das Eleições Regionais de setembro de 2023, ganhas por Miguel Albuquerque, há outras campanhas eleitorais sob suspeita.
Na quarta-feira, em declarações aos jornalistas, o presidente do governo regional afirmou estranhar as suspeitas de financiamento ilegal ao PSD - "Neste momento, não há nenhum partido que se arrisque a fazer uma campanha fora do quadro legal. As contas são auditadas e aprovadas, tanto a nível regional quanto nacional", declarou - mas o que os inspetores da Judiciária encontraram foi uma realidade diferente, chegando até a estar documentada.
"Se o partido encomendasse 10 mil camisolas, os dados indiciam que só eram faturadas 5 mil, sendo que o valor em falta seria pago através de ajustes ou concursos públicos com preços empolados ganhos por empresas ligadas aos suspeitos", explicou ao CM fonte próxima das investigações.
Apesar de já ter detido oito pessoas e realizado várias dezenas de buscas, a investigação da Polícia Judiciária vai continuar no terreno, procurando recolher mais prova sobre responsáveis políticos que terão, nos últimos anos, coordenado o esquema causa, o qual terá até proporcionado contrapartidas a familiares diretos de alguns dos envolvidos, como à filha do presidente da Câmara da Calheta, Carlos Teles, um dos detidos, que terá beneficiado de equipamentos para o seu ginásio, o "Ritmo Calheta".
Além de Carlos Teles, foram ainda detidos o antigo secretário regional da Agricultura Humberto Vasconcelos e o presidente do conselho diretivo do Instituto da Administração de Saúde da Madeira (IASAÚDE), Bruno Freitas, bem como Humberto Drumond e Miguel Nóbrega, sócios da Dupla DP, uma agência de comunicação, publicidade e marketing, o ex-diretor regional da Agricultura Paulo Santos e duas funcionárias públicas.
Os arguidos deverão prestar declarações esta sexta-feira, no Tribunal do Funchal perante a juíza Susana Mão de Ferro, que tem acompanhado a investigação.
O Ministério Público será representado pelas procuradoras Isabel Santos e Leonor Cardiga do DIAP Regional de Lisboa. Estão a ser investigados pelo menos 25 concursos efetuados entre 2020 e 2024 por "suspeitas de simulação de procedimentos e de empolamento de custos nos procedimentos adjudicados de forma a saldar dívidas de um partido político resultantes de campanha eleitoral", indicou a Procuradoria-geral da República.
A operação denomina-se "AB INITIO" e mobilizou 110 elementos da PJ, quatro procuradores do Ministério Público, dois juízes do Tribunal Judicial do Funchal e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica
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