Presidente da República visitou Castanheira de Pera, um ano após os fogos de Pedrógão Grande.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse este sábado que uma das grandes lições a retirar do incêndio que deflagrou há um ano em Pedrógão Grande foi o despertar de um "Portugal metropolitano" em relação aos 'Portugais' desconhecidos.
Um ano depois, Marcelo visita Pedrógão Grande
"Houve um Portugal metropolitano que acordou para os 'Portugais' desconhecidos, os Portugais' do interior, que são vários. Começou a acordar em junho e depois continuou a acordar em outubro", disse o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas à chegada a Castanheira de Pera, distrito de Leiria.
O Presidente da República frisou que a seguir à tragédia de junho de 2017 em Pedrógão Grande "houve uma outra tragédia" em 15 e 16 de outubro, resultando do somatório destes fogos "uma consciência muito mais aguda de problemas como os atrasos económicos sociais, culturais, o problema da floresta, questões adiadas em termos de estrutura florestal, capacidade de prevenção, capacidade de resposta".
Em declarações antes da sessão de apresentação do projeto "Pinhal de Futuro", que faz o acompanhamento psicológico de crianças e adolescentes dos 06 aos 18 anos afetados pelos incêndios de 2017 na região, o chefe de Estado disse que estes fogos foram lições a partir das quais se montou "um sistema diferente de prevenção e resposta".
Marcelo adiantou que após os relatórios da comissão técnica independente nomeada pelo parlamento para analisar os maiores fogos ficaram "pouco mais de seis meses para a resposta que era preciso dar".
"E dentro desse espaço de tempo acho que todos fizeram o que podiam. Limpou-se o que se podia limpar. As autarquias, a GNR em termos de reforço de meios, as Forças Armadas, [fez-se] o que era possível fazer na Proteção Civil, uma vez que a reforma de fundo é mais para o futuro do que neste ano transitório", enumerou.
Marcelo lembrou ainda que, além da reconstrução de habitações destruídas, "as pessoas mudaram a sua cabeça substancialmente".
"E perceberam que não é só não repetir o que aconteceu, é ter um Portugal que não funcione a tantas velocidades e tão desiguais", argumentou.
O chefe de Estado reafirmou ainda que existe iniciativa no terreno, mas admitiu que há muito para fazer, "porque é preciso corrigir as desigualdades de fundo", um processo que requer "trabalho ao longo de muitos anos".
Antes de entrar na escola de Castanheira de Pera, Marcelo voltou atrás, atravessou o parque de estacionamento e dirigiu-se a um dos feridos do incêndio de Pedrógão Grande - Carlos Guerreiro, que ficou com 85% do corpo queimado e esteve oito meses internado em Espanha, marcando presença este sábado na companhia da mulher e do filho bebé.
Ambos trocaram algumas palavras sobre uma visita que o Presidente da República faria a Carlos Guerreiro depois do seu regresso a casa.
"Não pude, não pude e pedi para lhe comunicarem que não podia naquele dia", afirmou Marcelo, ouvindo Carlos Guerreiro dizer que ninguém lhe fez chegar a resposta.
Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a ocasião para pedir desculpa e insistiu numa visita no domingo, mas Carlos Guerreiro respondeu que não sabia.
"Não sabe, então pense, que eu amanhã vou. Lá irei", pediu o governante.
O incêndio que deflagrou há um ano em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), em 17 de junho, e alastrou a concelhos vizinhos provocou 66 mortos e cerca de 250 feridos.
As chamas, extintas uma semana depois, destruíram meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.
Em outubro, os incêndios rurais que atingiram a região Centro fizeram 50 mortes, a que se somam outras cinco registadas noutros fogos, elevando para 121 o número total de mortos em 2017.
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