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Presidente de Junta de Pomares acusa bombeiros "urbanos" de o terem "abandonado"

"Isto é uma miséria, quem comanda isto tudo é atrás de uma secretária, com certeza", lamentou Amândio Dinis.

15 de agosto de 2025 às 22:56
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Presidente de Junta de Pomares acusa bombeiros 'urbanos' de o terem 'abandonado'

O presidente da Junta de Pomares (Arganil) acusou esta sexta-feira os bombeiros de uma vila do distrito de Setúbal de o terem "abandonado", quando guiava os operacionais a uma aldeia que estava sem água com o incêndio à porta.

O caso aconteceu, segundo Amândio Dinis, na tarde desta sexta-feira, no lugar de Espinho, uma pequena aldeia com cinco habitantes, localizada no fundo de uma encosta perto de Sobral Gordo e Sobral Magro "que estavam sem água, sem nada e precisavam de ajuda".

"Estavam os bombeiros parados ali na aldeia das Corgas, fui lá chamá-los, lá já não estavam a fazer nada, já estava tudo ardido", contou o autarca, que, perante a resposta dos operacionais de que não conheciam o caminho, se disponibilizou a levá-los até ao local.

Ao subirem a serra, perante a existência de mimosas no acesso, a impedirem a passagem, o presidente da Junta de Freguesia exortou os bombeiros a removerem as árvores e a resposta espantou-o: os operacionais não tinham uma motosserra "por serem [bombeiros] urbanos ou não sei quê", declarou.

Como solução de recurso, o autarca ligou a um conhecido, empreiteiro de profissão, que acabou por cortar as árvores.

A 'comitiva' seguiu viagem, mas, quando Amândio Dinis chegou à aldeia, percebeu que os operacionais que o seguiam teriam voltado para trás.

"Receberam ordem do comando e voltaram para trás. Já viu isto? Já vinham aqui perto e agarraram, voltaram para trás", acusou.

"Eles primeiro disseram que não traziam motosserra. Afinal traziam um 'motosserazito'. Andaram a cortar, mas estavam de má vontade", acrescentou.

"'Você escusava de nos trazer para aqui'", terão dito os operacionais, citados pelo presidente da Junta.

Amândio Dinis adiantou que o dispositivo de bombeiros em Corgas era composto por quatro carros, mas que à aldeia de Espinho, localizada a cerca de sete quilómetros, acompanhou-o "só um e o comando", que voltaram para trás três quilómetros antes de chegarem ao destino.

"Se são bombeiros urbanos, se não é para combater [o incêndio], se isto aqui é a parte florestal, o que é que eles vêm para cá fazer", questionou Amândio Dinis.

"Isto é uma miséria, quem comanda isto tudo é atrás de uma secretária, com certeza", lamentou o autarca.

O território da freguesia de Pomares, onde o incêndio que eclodiu no Piódão já tinha andado na quarta-feira, acabou, segundo o presidente da Junta de Freguesia, por ser totalmente consumido pelas chamas na quinta-feira e esta sexta-feira.

"Ardeu tudo, toda a parte florestal, salvaram-se as aldeias", ilustrou.

O incêndio de Arganil estendeu-se aos concelhos de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra, todos no distrito de Coimbra, mas também a Seia (Guarda) e à Covilhã (Castelo Branco).

Pelas 22h30, de acordo com a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio de Arganil estava a ser combatido por 1.019 operacionais, apoiados por 343 viaturas.

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