Francisca Laranjo
JornalistaTermina a sessão
Maria Rita diz que mãe de Sócrates tinha em casa um cofre com jóias e dinheiro
Um advogado colocou também algumas questões a Maria Rita sobre o cofre que havia em casa da mãe de Sócrates.
A mulher disse que o cofre era grande e que continha dinheiro e jóias. Nele, além do antigo primeiro-ministro, mexiam apenas a mãe e o irmão.
Segundo a empregada doméstica, na casa de José Sócrates não havia um cofre.
Maria Rita Gomes disse também nunca se ter cruzado com um envelope de dinheiro.
Maria Rita Gomes tinha quadros de Sócrates na própria casa. Foram apreendidos em buscas
Procurador: Quanto ao João Perna [motorista de Sócrates], alguma vez recebeu algum dinheiro vindo da conta dele?
R: Não tenho ideia disso.
O procurador passa a questionar Maria Rita Gomes sobre as buscas feitas à casa da mulher.
P: Lembra-se da busca à sua casa? O que levaram?
R: Quadros.
P: Eram seus?
R: Não, eram do senhor engenheiro.
P: Porque razão? Estes quadros estavam onde?
R: Alguns pendurados na parede e outros guardados.
P: Mas porque levou os quadros e eles não estavam na casa de Sócrates e na mãe?
R: A casa estava em obras.
P: Mas as duas casas estavam em obras?
R: Não, a casa dele. A casa da mãe não tinha espaço.
Juíza: Quanto tempo antes da busca, a senhora levou os quadros para casa?
R: Não muito tempo antes da busca.
Juíza: Que orientação lhe deram quando lhe pediram para levar os quadros? Disseram que eram valiosos?
R: Não me lembro.
Juíza: Quando os levou para lá?
R: Não me lembro.
Escutas revelam que empregada de Sócrates chegou a depositar dinheiro pelos patrões
Segue o que foi ouvido nas escutas:
Mãe: Dei uns papéis à Rita para pagar.
Sócrates: Está bem
Mãe: Eu costumo pagar, mas agora não consigo
Sócrates: Precisa que lhe mande alguma coisa?
Mãe: (Imperceptível)
Outra escuta:
Sócrates: Rita! Onde estás? Estou aqui em baixo, podes vir cá acima para te pedir uma coisa?
Outra escuta:
Adelaide: 4 mil, está bem?
Sócrates: Está bem.
Empregada doméstica de Sócrates diz nunca ter depositado dinheiro por Adelaide. Documento mostra o contrário
Maria Rita Gomes trabalhava todos os dias nas casas. A juíza pergunta se folgava pelo menos um dia durante a semana. Maria Rita responde: "Bem... às vezes".
P: Quando começou a trabalhar para Adelaide?
R: Comecei a trabalhar para os dois por 98/99. Deixei de trabalhar para ela quando foi para Cascais.
P: E o irmão? Também trabalhou?
R: Na mesma altura sim, até ter falecido.
P: Quem a contratou? Tinha contrato?
R: Foi a mãe. Acho que não tinha contrato.
P: O que fazia para cada uma das pessoas?
R: Fazia de tudo um pouco. Limpeza, roupas. Ia fazer compras.
P: Sabe se tinham cofres em casa?
R: A mãe tinha um.
P: Disse que Santos Silva ia lá a casa, mas de quem?
R: Do Sócrates.
P: Quem pagava o seu salário?
R: Era a mãe, transferência bancária e pagava por todas.
P:Houve altura em que houve dificuldade a pagar?
R: Não, não tenho memória disso...
P: Sabe dizer em que banco era a sua conta? Esteve na caixa?
R: Tenho conta, mas recebia sempre no BPI.
J: Alguma vez foi depositar dinheiro ao banco por Adelaide?
R: Não me lembro disso.
Maria Rita Gomes é confrontada com um documento que mostra que foi a mesma a depositar dinheiro pela mãe.
R: Não me lembro de nada disto, já passou tanto tempo. Cheguei a depositar pelo irmão do Sócrates. Era a mãe que me dava o dinheiro, mas eram pequenas quantias.
Juíza: Alguma vez o Sócrates lhe entregou dinheiro para entregar à mãe?
R: Não me lembro.
Empregada doméstica de Sócrates e da mãe começa a prestar depoimento
Maria Rita Gomes, empregada doméstica da mãe de Sócrates e do próprio antigo primeiro-ministro começa a prestar depoimento.
Recomeça a sessão
Pausa para almoço
Termina o depoimento de Teresa Veríssimo
Teresa Veríssimo diz não se recordar se José Sócrates tinha despesas fixas
P: Chegou a ir a tribunal?
T: Não.
P: Apurou o famoso salário médio?
T: Não.
P: Relacionou com alguma notícia vinda a público?
T: Julgo que foi alguma coisa do Correio da Manhã.
P: Havia despesas fixas que se repetiam na conta de José Sócrates?
T: Não me recordo.
P: Ele [José Sócrates] chegou a contrair empréstimos consigo… os spreads e prestações mensais eram preocupação para ele?
T: Não era uma preocupação para ele.
Escuta revela que Sócrates queria provar que não tinha outras contas bancárias e que pediu para gestora ser testemunha
Segue o que é ouvido na escuta datada de 9 de janeiro de 2014:
Sócrates: O meu advogado vai ligar para ser minha testemunha se for preciso... Para testemunhar as misérias da minha conta…
Falo com o Daniel Proença de Carvalho e vejo o que ele precisa.
Sócrates: Qual é o meu saldo médio desde 2005?
T: Pode ser difícil [fazer esse cálculo].
S: Não consegue calcular?
T: Na conta, tem o seu salário, créditos que foram pagos, ações…
S: Ações do Benfica…
S: Quem pode informar o tribunal que eu nunca tive outra conta bancária nem conta offshore… e quero provar… que instituição pode provar isto?
T: Ui! Ninguém.
S: E o banco de Portugal?
T: Eu acho que o banco de Portugal não controla as offshore…
São ouvidas escutas durante a sessão de julgamento
Teresa admite que Sócrates pediu que fosse testemunha num processo relacionado com o Correio da Manhã
Procurador: Recorda que Sócrates fez o pedido para ser testemunha dele num processo judicial?
Teresa Veríssimo: penso que qualquer coisa ligada ao Correio da Manhã, tenho ideia que sim. Não me lembro de detalhes, só que teve a ver com o Correio da Manhã.
Teresa Veríssimo diz que Sócrates não tinha ideia dos saldos das contas bancárias que geria e que transferia milhares de euros da conta da mãe
Procurador: Era frequente [Sócrates] fazer levantamentos a partir do cartão?
Teresa Veríssimo: penso que não fosse frequente
P: José Sócrates tinha ideia precisa dos saldos?
T: Normalmente não tinha. Muitos dos contactos eram precisamente para saber como é que estava a conta.
P: Conheceu Maria João? Sabe se teve relação?
T: Penso que era uma das secretárias, tenho ideia de telefonemas mas só isso
P: Havia instrução para efetuar pagamentos a mesma? E o senhor João Perna?
T: Não me recordo de salário nenhum. Não me recordo de ordens de transferências
P: E Maria Adelaide?
T: Era a mãe, certo? Eu conhecia sim. Não era gestora de conta, era gerente da agência. Mas sim, falava frequentemente comigo.
T: Houve transferências da mesma para a conta de José Sócrates. Eram transferências normais. A senhora falava comigo e pedia a execução da transferência. Não tenho memória dos valores exatos, mas houve valores elevados. Dezenas de milhares de euros
O procurador questionou Teresa Veríssimo sobre fundos da conta da mãe do antigo primeiro-ministro.
T: Na altura, eu recordo me que todos os fundos que foram depositados nunca foram em dinheiro. Tínhamos uma justificação para eles, a venda de um ou dois imóveis.
Preocupado com obrigações fiscais? Lembro me de um pagamento de qualquer obrigação fiscal, mas já não sei o que era.
P: Relacionado com a venda dos imóveis?
T: Não sei precisar.
P: Sócrates contactou por causa do cartão de crédito?
T: Sim. Ligava por ter o Plafond extinto.
T: Recordo me de me ter ligado a queixar-se que o cartão não estava a funcionar e eu vi que o Plafond estava completo. Dei em detalhe as contas que tinha feito, mas não sei precisar quais foram. Chegamos a conclusão que não havia engano nenhum, estava sim esgotado.
Teresa Veríssimo assume que José Sócrates mudou a atuação na CGD após deixar o cargo de primeiro-ministro
O procurador começou por questionar Teresa Veríssimo sobre se notou diferença na atuação de José Sócrates quando deixou o cargo de primeiro-ministro.
À questão, a gestora respondeu que "houve uma alteração imediata", acrescentando que Sócrates passou a falar diretamente com Teresa, em vez de com as secretárias, e que deixou também de usar meios automáticos de comunicação, apenas ligava.
Começa a ser ouvida Teresa Veríssimo, gestora da Caixa Geral de Depósitos
Prossegue a sessão com Tiago Águas, gestor de empresas ligado a Carlos Santos Silva
"Conheci o doutor Gonçalo Trindade Ferreira, na abordagem que fizeram para a montagem do fundo imobiliário. O cliente dele era o engenheiro Carlos Santos Silva", começou por referir Tiago Águas, também ouvido esta quinta-feira no âmbito da Operação Marquês.
João Constâncio inicia testemunho e fala sobre casa em Paris de Sócrates
Iniciada mais uma sessão para serem ouvidas testemunhas no âmbito da Operação Marquês, João Constâncio, filho de Vítor Constâncio, começa por responder às perguntas sobre a casa do antigo primeiro-ministro em Paris.
"Havia obras em curso?", pergunta o procurador, ao qual Constâncio responde que a casa parecia acabada de remodelar. Relatou ainda que passou duas noites na casa que "achava que era alugada por Sócrates", mas que depois veio a perceber que seria de Carlos Santos Silva.
"Fiquei com a perceção que era um apartamento grande, numa zona muito boa. Haverá ali certamente apartamentos mais luxuosos", acrescentou ainda.
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