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"Quero a verdade sobre a morte do meu filho"

Filomena Vieira, mãe de Angélico, em tribunal.

07 de março de 2015 às 00:10

A pior desgraça que lhe podia ocorrer na vida já aconteceu. De olhar vazio, Filomena Vieira garante que apenas luta pela descoberta da verdade, depois de ter perdido o que lhe dava alento. Acredita que um problema num dos pneus provocou a morte do filho Angélico, a 25 de junho de 2011, em Estarreja. A mulher é uma das rés no processo intentado por Hélio Filipe – que também morreu no acidente – e no qual é pedida uma indemnização de 236 mil euros. Ontem, no Tribunal de Aveiro, rejeitou a culpa do filho.

"Quero a verdade sobre a morte do meu filho. Aquele carro não estava em condições. Foi o Angélico que morreu, mas se não fosse ele teria sido outra pessoa ", garantiu Filomena.

Na primeira sessão – que tem ainda como réus o stand Impocar, de onde saiu o carro, e o Fundo de Garantia Automóvel – foi ouvido Hugo Pinto, sobrevivente do acidente. Falou também em problemas no BMW que se despistou.

"Foi tudo muito rápido. Estávamos a conversar e sentimos um estrondo no lado esquerdo do carro. O Angélico disse: segurem-se. Subimos um talude de terra e o carro capotou", disse em tribunal Hugo.

O jovem diz que o cantor, que morreu aos 28 anos, tentou a todo o custo segurar o carro. "Hugo rejeitou ainda a hipótese de que o excesso de velocidade tenha causado o acidente. O processo-crime, que foi arquivado, estima que Angélico conduzia a uma velocidade muito próxima dos 230 km/h. "A viagem estava a ser feita de forma tranquila, se fossemos muito rápido iria sentir-me desconfortável. Seria o primeiro a pedir para abrandar", afirmou.

No julgamento foi também debatida a questão sobre a propriedade do carro. A mãe de Angélico garante que a viatura foi emprestada. "Ele chegava lá, escolhia e levava. Fazia publicidade ao stand. Era assim que funcionava", disse à juíza.

Já Fábio Ponte, funcionário do stand Impocar, garante que o carro foi vendido

a Angélico. "Ele até tinha pedido para que fossem feitas modificações nas jantes e nos vidros", disse.

Uma perita da PJ, também ouvida, confirmou que a assinatura de Angélico no contrato de compra e venda do carro terá sido falsificada. "Dificilmente se irá descobrir quem o fez", admitiu. 

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