Revelado ataque a murro e pontapé, em maio, na fase de seleção dos Comandos.
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O sargento instrutor dos Comandos de quem o soldado Dylan Silva se queixou aos pais, dizendo ter sofrido abusos e ameaças e temer que "algo de mal" lhe poderia acontecer no curso, terá espancado o militar de 20 anos ainda em maio, na instrução complementar, a fase de seleção para o curso. Segundo denunciaram ao CM fontes próximas do processo, Dylan foi atacado a murro e pontapé no interior do quartel da Carregueira, sede do Regimento de Comandos.
Agressões a militares que faziam curso de comandos
As mesmas fontes afirmaram ao CM que, no primeiro dia do curso, a 4 de setembro, em Alcochete, o furriel Hugo Abreu, também de 20 anos, foi forçado a "respirar e comer terra" já depois de ter caído por terra, quase inconsciente. "Eles assassinaram-no", acusou a mãe, Ângela Abreu, à RTP, identificando o agressor como "o sargento Rodrigues".
Os dois militares morreram após alegados golpes de calor sofridos nesse primeiro dia de exercícios do curso de Comandos – marcado por temperaturas de 40 graus e elevada carga física. Hugo, da Madeira, morreu na tenda médica após seis horas sem ser retirado para um hospital. Dylan, de Ponte de Lima, morreu no sábado seguinte no hospital, onde chegou a estar na lista para receber um transplante de fígado.
O CM sabe que o medo do sargento instrutor era transversal a todos os 70 instruendos do curso, incluindo oficiais. A investigação, a cargo do DIAP de Lisboa e da PJ Militar , já inquiriu dezenas de testemunhas – militares e familiares das vítimas – e está a estabelecer a cronologia dos acontecimentos. Os abusos do sargento, segundo os depoimentos, começaram em maio devido a um "engano". Terá confundido Dylan com outro e espancou-o sem justificação.
Os abusos terão continuado nas três semanas do estágio de preparação para o curso, no final do qual Dylan terá recebido ameaças, revelou o pai ao CM.
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