Sequestrador sorri a entrar no tribunal

Rodeado por sete agentes da PSP, António Duarte chegou ontem à tarde ao Tribunal de Portimão a sorrir. O homem que se barricou e manteve três pessoas reféns na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Lagos foi ouvido por um juiz durante três horas mas regressou às celas da esquadra da PSP de Lagos. O interrogatório foi interrompido e só hoje serão conhecidas as medidas de coação.

António Duarte entrou no tribunal às 14h20. Ainda tinha vestida a mesma roupa da passada segunda-feira, dia em que esteve barricado com duas armas de fogo – uma caçadeira de canos serrados e uma pistola – durante mais de oito horas na CPCJ de Lagos. Entrou nas instalações judiciais de cabeça erguida e olhar vago. Devido à sua instabilidade psicológica e ao potencial perigo público, ao que o CM apurou, a PSP decidiu mobilizar para o tribunal um forte dispositivo de segurança, com elementos das Equipas de Intervenção Rápida.

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António Duarte, de 40 anos, já estava a ser alvo de um processo por violência doméstica por alegados maus-tratos físicos e psicológicos sobre os dois filhos menores e a ex-companheira. Agora está indiciado pelos crimes de tentativa de homicídio e sequestro. Ao que o CM apurou, o Ministério Público pediu mais diligências à Polícia Judiciária e está a aguardar mais dados da CPCJ e da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que colocou os menores e a mulher num programa de proteção de vítimas.

Depois de ter lançado o pânico em Lagos, António Duarte libertou os três reféns e entregou-se. A rendição poderá pesar na altura do julgamento. O alarme público e o perigo de voltar a praticar um ato semelhante poderão ser decisivos para a aplicação de prisão preventiva até julgamento.