Uma falha nos travões do autocarro da Valpi é uma das hipóteses que estão a ser apontadas como causa provável para o acidente que provocou a morte de Susana Cardoso, de 44 anos, e Alice Dias, de 66, na segunda-feira à noite, em S. Mamede de Infesta, Matosinhos.
A Proteção Civil municipal avançou já com uma possível "falha mecânica", mas refere que só a investigação esclarecerá o que aconteceu.
"Ouvi um estrondo e vi que havia um acidente grave. Fui ter com o motorista e ele disse logo que os travões do autocarro falharam e que ele só tentou desviar o autocarro e parar", disse ao
CM José Peixoto, morador.
O carro em que seguia Susana ficou esmagado pelo pesado. As autoridades pensaram inicialmente que a outra vítima também seguia no carro, mas as perícias permitiram perceber que Alice seguia a pé e que foi atropelada mortalmente.
O acidente envolveu ainda um outro autocarro e mais dois carros, causando seis feridos, entre os quais duas gémeas, de 10 anos, e outra criança. Moradores queixaram-se da existência de uma passadeira elevada (lomba) em obras, que poderia ter causado o acidente. A Proteção Civil de Matosinhos garante que tudo estava sinalizado.
Susana trabalhava na empresa MCoutinho e seguia para casa, em Leça do Balio, Matosinhos, quando foi abalroada pelo autocarro. Já Alice ainda foi alvo de manobras de reanimação, mas morreu no local.
O
CM procurou esclarecimentos da Valpi, sem sucesso.
Tragédia deixa duas famílias destroçadas A tragédia deixou as famílias das duas vítimas mortais destroçadas. Susana Cardoso, de 44 anos, vivia em Leça do Balio, Matosinhos, e deixa dois filhos menores. Nas redes sociais, muitos amigos da mulher deixaram mensagens emotivas.
"Foi um grande prazer trabalhar contigo porque não foste colega, foste amiga", escreveu um amigo. Também o filho de Alice Dias, a outra vítima, deixou uma mensagem de despedida à mãe, que residia no Porto.
27 acidentes entre 2009 e 2017 Na zona do acidente, foram registados 27 acidentes graves entre 2009 e 2017, de acordo com a Câmara de Matosinhos. Nos dois primeiros anos, os acidentes causaram uma vítima mortal e vários feridos, incluindo três atropelamentos.
O ano com maior sinistralidade foi 2012.