Homem cumpre pena de 17 anos por burlas em negócios de casas e carros. Forjava documentos e tem novo caso em julgamento.
O percurso escolar foi marcado pelo insucesso. Esteve institucionalizado, emigrou para França, alistou-se na Legião Estrangeira e regressou a Portugal. Luís Sobreira, hoje com 52 anos, chegou a trabalhar como segurança na embaixada dos EUA e, em 1998, teve a sua primeira condenação na Justiça: dois anos de prisão pelo crime de contrafação. Dedicou-se depois ao imobiliário e à construção civil. Duas décadas volvidas, é considerado um dos maiores burlões do País.
Natural de Almada, está a cumprir 17 anos de cadeia em cúmulo jurídico de vários processos, em Pinheiro da Cruz, e começou a ser julgado em finais de setembro, em Lisboa, por novo caso de burla qualificada e falsificação de documentos. Já admitiu em tribunal ter lucrado 500 a 600 mil euros na venda fraudulenta de imóveis, um pouco por todo o País. Vendeu imóveis hipotecados ou de terceiros "através de documentos de cancelamento de hipoteca e de escrituras de compra e venda forjados", lê-se na acusação.
Fazia-se sócio de sociedades comerciais em situação difícil e de empresas de construção civil, prometendo vender rapidamente os imóveis. Na fase de comercialização recorria a documentos que o próprio falsificava, autenticados mesmo por dados de um advogado por ele inventado. Burlou com a venda de casas nas Caldas da Rainha, Alvor, Quarteira, Moscavide, Lagos, entre vários sítios. Mas muitos dos crimes não passaram de tentativas, porque as conservatórias detetaram as irregularidades no processo.
"O meu cliente assumiu integralmente e sem reservas os factos da acusação, e espero que a postura de colaboração com a Justiça sirva como atenuante na altura de decidir a pena", disse ao CM Lopes Guerreiro, advogado de Luís Sobreira.
PORMENORES
Carros e casas
A maioria das burlas praticadas por Luís Sobreira referem-se a vendas ilícitas relacionadas com viaturas e também com imóveis, recorrendo a documentos falsificados. Há ainda crimes ligados a irregularidades com a emissão de cheques.
Atuava por todo o País
O burlão não se cingia a apenas uma área do País. As vítimas estavam espalhadas de norte a sul. Basta recordar que respondeu por processos judiciais em Lisboa, Cascais, Loures, Matosinhos, Porto e Braga, entre outros locais.
Detido em 2012
Luís Sobreira foi detido em 2012, permanecendo preso desde então. Cumpre 17 anos de prisão efetiva no âmbito de outros processos e enfrenta outros dois. Esteve no Estabelecimento Prisional de Lisboa e agora está em Pinheiro da Cruz.
Vários telemóveis e trocas de morada
Luís Sobreira fazia-se sempre acompanhar de vários telemóveis. De modo a enganar a Justiça e as vítimas, mudava constantemente de residência, chegando a ser considerado contumaz pelas autoridades judiciais. Antes de ter sido preso vivia com a mulher e um filho num apartamento T2 arrendado em Setúbal.
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