Foram assassinadas menos 14 mulheres face a 2014.
Vinte e sete mulheres foram assassinadas este ano, a maioria com armas brancas e de fogo, utilizadas pelos maridos ou companheiros, menos 14 face ao período homólogo de 2014, revelam dados do Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA), esta quarta-feira divulgados.
Houve ainda 33 mulheres que foram vítimas de tentativa de homicídio, de 1 de janeiro a 20 de novembro, adianta o relatório da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), divulgado no Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Apesar de haver "um menor número de homicídios consumados e tentados" em 2015, comparativamente ao mesmo período de 2014, não se pode afirmar que "o femicídio está em tendência decrescente", tendo em conta os últimos 11 anos em que foram assassinadas 426 mulheres e 497 foram vítimas de tentativa de homicídio, refere o OMA no documento.
"Na realidade, este tipo de criminalidade contra as mulheres, e em particular nas relações de intimidade presentes ou pretéritas, mantêm uma estabilidade, contrariando a tendência decrescente verificada em Portugal do homicídio praticado noutros contextos", sublinha.
Com base nos dados deste ano, o observatório conclui que, em média e por mês, "seis mulheres veem as suas vidas serem atentadas, principalmente por pessoas com quem mantinham uma relação de intimidade".
Destas mulheres, uma média de 2,6 a cada mês, perdem a vida, acrescentam os dados baseados nos crimes noticiados pela imprensa.
Em 85% dos casos as mulheres assassinadas por homens com quem mantinham uma relação
As mulheres assassinadas por homens com quem mantinham ou mantiveram uma relação de intimidade representam 85% dos casos (13). Dez mulheres foram assassinadas pelos ex-companheiros, uma foi morta pelo filho/a, outra, pelo pai ou mãe, e duas por outros familiares.
Relativamente à idade das vítimas, a UMAR refere que há uma maior incidência a partir dos 51 anos (63%), logo seguido das mulheres com idades entre os 36 e os 50 anos (22%). A idade dos homicidas segue o mesmo padrão das vítimas. Os dados observam que 56% das vítimas estavam empregadas (41%) ou em situação de reforma (15%). Relativamente à situação profissional dos homicidas, 26% tinham atividade profissional e 18% estavam reformados.
Mais de um quarto dos homicídios (sete) ocorreu no distrito do Porto, seguindo-se os distritos de Lisboa (5), Setúbal (4), Coimbra (3) e Faro (3). "Em 2015 e uma vez mais, o contexto de violência doméstica, a não-aceitação da separação, a atitude possessiva, os ciúmes e a compaixão pelo sofrimento da vítima representam 81% da motivação ou suposta justificação pela prática do crime", sublinha o relatório.
A casa das mulheres continua a ser o local mais utilizado pelos homicidas (63% femicídios ou feminicídios e 64% das tentativas de homicídio) e a arma de fogo, o meio mais utilizado (em 14 crimes), seguida das armas brancas (9).
Houve ainda quatro mulheres que "foram barbaramente assassinadas por agressão com objeto e estrangulamento".
A "história de violência doméstica na relação" foi identificada em mais de metade dos homicídios consumados e tentados (59% e 53%, respetivamente), refere o relatório, sublinhando que em cerca de um terço destes casos decorria um processo-crime.
Além das vítimas diretas de homicídio, registaram-se ainda 21 vítimas associadas, das quais seis morreram, refere o OMA, que contabilizou ainda "um total de 40 filhas/os das vítimas de femicídio e tentativa de femicídio". Para o observatório, "o femicídio deve também ser contextualizado nas questões e discussões em torno da violência doméstica e das políticas públicas em matéria de violência doméstica e de género e igualdade de género".
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