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Viúva de vítima da derrocada de Borba: “Últimos tostões acabam no fim do mês”

Natália esperou seis dias até encontrarem o corpo do marido.

22 de março de 2019 às 01:30
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Viúva de vítima da tragédia de Borba em risco de ficar sem casa

Natália Xavier, 53 anos, perdeu o marido na derrocada da Estrada Municipal 255. A prometida indemnização do Estado ainda não chegou e Natália está doente.

Tem dois filhos ainda a seu cargo e não consegue pagar as contas. "Os últimos tostões acabam no fim do mês. Sempre fui pobre, mas nunca fui buscar comer a lado nenhum. Para mim, é uma vergonha", diz Natália, que teme perder a casa.

João Xavier – que faria 57 anos no dia seguinte ao da tragédia – era o ganha pão de Natália e dos filhos: "Pedir para me pagarem as coisas... É uma dor...Prefiro não comer. Vendi-lhe o carrinho para pagar o funeral e está-se a acabar".

O sentimento de abandono é grande. Natália recorda que o Estado prometeu rapidez no pagamento das indemnizações, mas o dinheiro continua longe.

"Não quero mal a ninguém, mas o culpado tem de pagar", frisa Natália, adiantando que o marido foi um "mouro do trabalho e das pedreiras". João Xavier, recorda, trabalhava nas pedreiras desde os 17 anos.

Quatro meses depois da tragédia, Natália continua a reviver a tragédia: "Foi horrível. Durante seis dias, todos os dias, a toda a hora, à espera que me dissessem que tinham encontrado o corpo. E depois diziam ‘pode ser o seu marido ou não’. Mas o meu pilar morreu mesmo."

Indemnizações a caminho

Ainda não foi proposta nenhuma verba. As famílias criticam a morosidade do processo.

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