Rita Batista
JornalistaCarlos Rodrigues Lima
JornalistaCarolina Baptista
JornalistaDébora Carvalho
Jornalista"É tudo falso": Sócrates volta a criticar a justiça e exalta-se à saída do Tribunal
Terminou a sessão
Juíza sublinha que "adjetivos devem ser evitados o máximo possível"
Perante o constante uso de adjetivos como "amalucado", a juíza pede que Sócrates evite tais expressões. Sócrates tenta outro. "Estapafúrdio". Também não funciona. A juíza Susana Seca sublinha que "adjetivos devem ser evitados o máximo possível".
Sócrates garante que não era amigo de Henrique Granadeiro
Juíza questiona origem de documentos sobre a Portugal Telecom que Sócrates tem citado.
Sócrates também diz que não era amigo de Henrique Granadeiro“Eu imprimi, mas está tudo na internet. São auditorias!, responde o antigo primeiro-ministro.
Juíza volta a questionar Sócrates sobre o negócio de venda da Vivo e compra da Oi . “Eu fico a pensar horrores de mim mesmo. Talvez não me tenha explicado bem...”, responde Sócrates, respirando lentamente.
Sócrates também diz que não era amigo de Henrique Granadeiro: "Nunca fui ao gabinete dele, nunca fomos almoçar juntos. Nunca fui a casa dele”, garante.
“Senhora juíza, agora depois desta longa exposição, talvez queira fazer perguntas”, atira José Sócrates.
José Sócrates continua a falar sobre a Portugal Telecom e diz que a propósito da venda da Vivo e compra da Oi só tinha contacto com Lula da Silva.
“Não me dava com mais ninguém. Não falava com mais ninguém. Nem nunca discuti com ele a área das telecomunicações“, assegura o antigo primeiro-ministro.
“Senhora juíza já viu algum indício de corrupção da Portugal Telecom?”, questiona Sócrates. Juíza questiona se alguma vez falou com Zeinal bava sobre a entrada da Oi no Brasil
"Não. Porque pergunta isso, senhora juíza?", responde José Sócrates.
"Estou a fazer uma pergunta…”, diz a magistrada.
“Senhora juíza, agora depois desta longa exposição, talvez queira fazer perguntas”, atira José Sócrates.
"O senhor não vai continuar nesse tom (...) nem vai fazer mais insinuações sobre o tribunal": Juíza repreende Sócrates
Juíza faz questão e Sócrates atira: "Mas a senhora juíza ainda não compreendeu essa questão?".
Juíza interrompe: "Isso é desrespeitoso para o tribunal. O senhor não vai continuar nesse tom. Não vai continuar nesse tom irónico nem vai fazer mais insinuações sobre o tribunal, ou sobre o Ministério Público como já aconteceu aqui hoje. Já chega de adjetivar a acusação."
"Mas está a defender o Ministério Público? Não entendo essa hostilidade para comigo", responde Sócrates.
"Não é hostilidade. Vamos fazer uma pausa de 10 minutos", finaliza a juíza.
Escutas tramam Sócrates: antigo primeiro-ministro disse não ser próximo de Salgado mas tratou o ex-banqueiro por "amigo"
Tribunal ouve a escuta de uma chamada telefónica entre José Sócrates e Ricardo Salgado de 30 julho 2014, em plena crise do BES. Sócrates disse que não era próximo de Ricardo Salgado, mas o ex-banqueiro começou a conversa com: “Fala um amigo seu”.
O tribunal ouve uma segunda escuta, de 8 de novembro de 2013. Nesta segunda escuta, é José Sócrates que trata Ricardo Salgado por “meu querido amigo”.
Tribunal ouve uma terceira escuta, entre Sócrates e Ricardo Salgado, de abril de 2014. Nesta terceira escuta, Salgado trata Sócrates por “Zé, como está?”
Quarta escuta ouvida em tribunal, uma conversa entre Sócrates e Salgado de 8 de outubro de 2014, em que Salgado convida Sócrates para um “almocinho“. Na conversa, Ricardo Salgado refere se a José Maria Ricciardi como uma “pessoa "desequilibrada”.
Tribunal ouve uma quinta escuta entre Sócrates e Salgado, de 21 de outubro de 2014, onde combinam um jantar.
Juíza confronta Sócrates com declarações sobre afastamento de Salgado, mas diz que escutas revelam proximidade.
"Escutas mostram que, desde que saí do Governo, em junho de 2013, nunca mais falei com Ricardo Salgado. Conversas mostram que eu não tinha proximidade com Ricardo Salgado", responde José Sócrates.
Juíza anota incongruência: se as decisões do Governo de Sócrates foram tão penalizadoras para o BES, por que razão o tom das conversas tão familiar e troca de cumprimentos.
José Sócrates diz que houve grandeza da sua parte em telefonar a Salgado, ultrapassando as divergências do passado.
"Manuel Pinho foi me apresentado por António Costa", insiste José Sócrates. O antigo primeiro-minsitro volta a garantir que não teve uma relação próxima com Ricardo Salgado, mas sim de boa educação.
José Sócrates acusa o Ministério Público de ausência completa de conhecimento. Juíza faz uma referência à acusação, Sócrates responde: "é preciso não levar isso muito a sério".
"Não me vai interromper!": José Sócrates volta a exaltar-se e grita na sala de audiências
Sócrates fala sobre José Maria Ricciardi e acusa-o de ser uma "personagem".
"Dizia que no meu gabinete se punham o telemóveis de lado, isso é um absurdo. Esse homem é um personagem (...) talvez ele tenha reuniões com a Máfia”, diz Sócrates.
José Sócrates exalta-se e grita na sala de audiências depois de o procurado dizer à juíza que mais valia reproduzir as declarações: "Eu estou a usar da palavra! Não fala sem autorização! Quero acabar! Se eu só posso falar com autorização, o senhor faz o favor de pedir a palavra! Não me vai interromper!
O procurador responde, dirigindo-se à juíza: "Desculpe, mas não é ele que vai ditar as regras num tribunal".
Sócrates responde indignado: "Ele? O senhor!"
"Desde que saí do Governo nunca mais falei com Ricardo Salgado, nem no Natal para trocarmos boas festas. A proximidade entre mim e Ricardo Salgado era tanta, que não falamos durante três anos. Essa proximidade nunca existiu”, garante o antigo primeiro-minsitro.
"Não éramos amigos", diz Sócrates sobre ralação com Ricardo Salgado
José Sócrates retomou as declarações após a pausa para almoço começando por dizer que iria falar de Ricardo Salgado.
"É extraordinário como uma mentira destas tenha sido tema ao longo dos anos. Uma mentirola sem nenhum fundamento transformada em dogma narrativa. Nada mais falso, não éramos amigos", diz Sócrates sobre ralação com Ricardo Salgado.
Juíza interrompe: "Desculpe mas o senhor está a ler?"
"Não. Tirei umas notas. Não posso ler das minhas notas? Sempre tomei notas em toda a minha vida política. Se estou a falar com fluência de mais a senhora atribua isso como uma qualidade. Sempre falei de improviso", respondeu o antigo primeiro-ministro.
"Nunca estive com Ricardo Salgado sem ser no meu gabinete", continua Sócrates, interrompendo o depoimento para lançar uma 'farpa' juíza: "bom, mais vale colocar o meu papel de notas de lado para não ser acusado de estar a ler"
"Não éramos amigos mas podem questionar-se se o apoiava politicamente... Mas não. Salgado apoiava Cavaco Silva e financiou a campanha", diz José Sócrates.
“Fixa a posição do Governo”: José Sócrates sobre despacho que levou para tribunal
Pausa para almoço
Sócrates, advogado e juíza em momento de tensão. "Posso usar da palavra ou a senhora juíza não deixa?", diz José Sócrates
Juíza para Sócrates: "Já terminou esse ponto? Sente-se só um bocadinho agora".
O Ministério Público questiona: "Estas declarações que foram lidas são declarações que foram prestadas na fase de instrução?"
Isto porque Sócrates continua a ler declarações, apesar da juíza ter feito reparo de que não o pode fazer. A juíza tenta falar e Sócrates interrompe continuando a falar por cima.
"Uma vez que o arguido está a ler declarações que constam no processo... Algo que pode condicionar o bom decurso deste julgamento e até as declarações destas testemunhas em julgamento... Pedimos que seja advertido", afirma o MP.
O advogado de José Sócrates intervém e diz que direitos do "engenheiro Sócrates" são violados se não o permitirem manter esta exposição. O advogado dirige-se ao MP e refere que "está a abusar da possibilidade de invocar uma nulidade". Pede que seja indeferido.
Advogado de Zeinal Bava pede esclarecimento: está a ler o depoimento ou o resumo do depoimento feito pelo juiz?
Sócrates questiona: "Posso usar da palavra ou a senhora juíza não deixa?"
Juíza responde: "Agora não que estamos a tratar de questões processuais".
"Não se podem reproduzir depoimentos de testemunhas em julgamento. Só se pode fazer tal coisa em determinadas situações muito concretas", afirma a juíza.
Advogado de Sócrates diz: "Quero falar neste momento. Vou protestar"
Juíza responde: "Eu não acabei de falar"
Advogado acrescenta: "Eu não quero falar depois. É agora. Quero pedir para que as declarações de Teixeira dos Santos sejam reproduzidas em audiência"
Momento de muita tensão entre Sócrates, advogado e juíza.
Os dois interpelam a juíza de forma insistente e interrompem a magistrada que faz uma advertência. A juíza nega o pedido. Considera que não é útil estarem a ser reproduzidos os depoimentos como o arguido está a fazer. Aliás, refere que já o tinha antes.
Advogado insiste e diz que quer que "neste exato momento" sejam reproduzidas as declarações.
O MP nega: "Teixeira dos Santos é testemunha. Será ouvido a seu tempo. Opomo-nos à reprodução"
Sócrates interrompe e a juíza diz: "Só um bocadinho".
Sócrates em tom irónico: "Esta entrada da senhora procuradora no julgamento foi magnífica!"
Juíza: "Desculpe, não vou permitir que entre por aí"
Sócrates: "Percebo a impaciência, também sou impaciente. Mas deixe-me terminar"
Sócrates ataca diretamente a procuradora e é advertido pela juíza.
Juíza sugere pausa para almoço mas Sócrates diz que beneficiariam se o deixassem terminar. A juíza permite que conclua.
"A acusação de corrupção sobre a venda da Vivo e compra da Oi é amalucada", diz José Sócrates
Depois do intervalo, José Sócrates continua a depor, dizendo que "a acusação de corrupção sobre a venda da Vivo e compra da Oi é amalucada".
"A Portugal Telecom era importante porque tinha a Vivo. O meu Governo opunha se à venda da Vivo ,a acusação do Ministério Público diz que eu queria outra coisa", diz José Sócrates.
"Aos documentos que trago chama-se de prova documental (...) tenho a prova - outro despacho do governo- que foi escondida pelo Ministério Público. Um despacho que ordena ao representante do estado para se opor à venda da Vivo", continua o antigo primeiro-minsitro.
"Isto é o reino do completo absurdo. Da total fantasia e especulação, estas acusações são alucinadas", atira Sócrates.
"No dia anterior à assembleia-geral, recebi um telefona do Henrique Granadeiro a informar que os acionistas queriam vender. Foi um telefonema logo após o jogo de futebol Portugal - Espanha", explica o antigo primeiro-minsitro
"Mas a que horas?", questiona a juíza.
"Sei lá! Depois do jogo", responde José Sócrates.
"Não sei se as senhoras doutoras juízas tiveram oportunidade de reparar em alguns pormenores alucinados que constam na acusação", atira o antigo primeiro-ministro.
Intervalo na sessão
Sócrates sai com uma garrafa de água, juntamente com o advogado.
"É absolutamente falso que me tenha entendido com qualquer acionista da Portugal Telecom", garante Sócrates
José Sócrates continua a a depor e garante que o que o Governo dele fez foi "desenvolver pela primeira vez uma estratégia de combate ao monopólio detido pela Portugal Telecom".
"Ainda tenho de ouvir que apoiei os interesses dos acionistas da Portugal Telecom. O que o meu Governo fez foi desenvolver pela primeira vez uma estratégia de combate ao monopólio detido pela Portugal Telecom", disse Sócrates.
"Pela primeira vez a Autoridade da Concorrência condenou a Portugal Telecom. Foi no tempo do meu Governo . Se isto é apoiar os interesses da Portugal Telecom, não sei o que dizer. É um absurdo. (...) É absolutamente falso que me tenha entendido com qualquer acionista da Portugal Telecom", assevera o antigo primeiro-ministro.
A juíza faz uma questão, mas Sócrates não responde: "não se importa de me colocar a questão depois? Nem entendo porque me interrompe para perguntar isso".
Veja a primeira imagem de José Sócrates dentro da sala de audiência
"Desculpe, mas não vou seguir a sua orientação": José Sócrates desafia a juíza e magistrada ameaça retirar-lhe a palavra
José Sócrates diz que vai ler a acusação e a juíza pede que o antigo primeiro-ministro diga antes "a que artigos se refere".
Sócrates ignora o pedido da magistrada e lê a acusação: "vejam-me bem esta linguagem".
Juíza interrompe: "Senhor José Sócrates".
"Deixe-me acabar", pede Sócrates.
"Então termine essa ideia mas depois quero falar", responde a magistrada.
Sócrates termina a frase e diz "a senhora juíza queria então dizer alguma coisa?"
Juíza faz reparo: "Se está a ler depoimentos de testemunhas que estão arroladas no processo e que mais à frente até vêm falar aqui em tribunal, fique a saber que seria melhor abreviar. O senhor até diz que quer ser sintético".
Sócrates preparava-se para interromper e juíza repara: "vai-me deixar acabar".
"Desculpe, mas não vou seguir a sua orientação", desafia Sócrates.
"Vai sim. As declarações do arguido são livres mas têm regras. Estou lhe a explicar como o tribunal funciona. Se estiver a ler depoimentos nunca mais saímos daqui", responde a magistrada.
José Sócrates respira de forma impaciente com chamada de atenção da juíza. "Senhora juíza o princípio que rege as declarações das pessoas que se defendem é o princípio da ampla defesa. Já é a segunda vez que me interrompe (...) deixe-me acabar. Deixe-me falar como eu entendo que devo falar", diz Sócrates.
"Não pretenda limitar-me de expor a minha versão", assevera o antigo primeiro-ministro .
"José Sócrates, o senhor devia estar mais preocupado com o que é o objeto do processo", diz a juíza.
"Deixe as minhas preocupações comigo", responde Sócrates.
"O senhor está a extremar a ordem de trabalhos. O código prevê que as declarações sejam diretamente relacionadas com o objeto do processo. Recordo que lhe posso tirar a palavra se continuar a ler extensivamente dados que não são relevantes (...) para bem da descoberta da verdade e para a sua defesa é preferível que seja mais sucinto. Não esteja preocupado com explicar tudo às pessoas que estão aqui na sala", diz a magistrada
"Importa-se de me deixar falar?! Este clima de hostilidade que cria comigo é inacreditável (...) podemos pôr isso de parte? Esse reparo que fez é completamente desapropriado", responde Sócrates.
"A dupla acusação que é feita, acusam-me de manipulação do votos dos representantes dos Estado, isto é uma acusação que não se baseia em coisa nenhuma (...) leva-nos a perguntar em que país vivemos se podemos acusar outro sem ter nenhuma evidência! (...) Sou forçado a defender-me novamente. Tenho ainda de estar a ouvir a senhora juíza a chamar-me à atenção enquanto me tento defender", continua o antigo primeiro-ministro.
"Esconderam as provas que são suficientes para que nunca fizessem esta acusação", Sócrates lança ataque ao MP
"Prova definitiva e arma fumegante está aqui nas minhas mãos: despacho do senhor Secretário de Estado das Finanças elaborado três dias antes da assembleia-geral. Confirma a posição de abstenção do Governo", diz José Sócrates, exibindo um despacho de Carlos Costa Pina, antigo Secretário de Estado das Finanças.
"Este papel foi escondido pelo Ministério Público. Ministério Público que foi a todo o lado e fez tantas buscas, escondeu isto!", diz Sócrates.
"Está a dizer que esse documento não está no processo?!", questiona a juíza.
"Não. Foi escondido", responde o antigo primeiro-ministro. "O Governo fez por escrito uma exposição clara de que se abstinha", continua.
Em tom irónico diz "ainda diz a acusação que o Governo tinha um conluio, um acordo secreto (...) como é que havia acordo secreto se o Governo apresentou uma posição neutra?!"
"Esconderam as provas que são suficientes para que nunca fizessem esta acusação", acusa Sócrates.
Sócrates volta a elevar o tom de voz: "eu tinha um entendimento secreto com o senhor Ricardo Salgado?! Tinha dado ordens secretas aos representantes do Estado?! Como é que um homem se defende disto??? Da única forma possível... (...) Defendo porque o senhor juiz de instrução chamou essas pessoas [representantes do estado] para as questionar se tinham ou não alguma orientação".
Mais um momento de tensão em tribunal: "Dada a impaciência da senhora juíza vou tentar ser mais breve", diz Sócrates
A juíza faz uma breve interrupção e Sócrates eleva a voz: "Vai-me interromper senhora juíza?! Por favor deixe-me acabar!"
"Desculpe, é apenas para lhe pedir para resumir as ideias em vez de estar a citar", diz a magistrada.
"Desculpe, mas eu quero fazer desta forma. Se não se importa deixa-me acabar e depois faz a sua questão. Eu quero expor desta forma as minhas ideias ao tribunal", explica Sócrates.
"Dada a impaciência da senhora juíza vou tentar ser mais breve (...) Claramente que tem uma ideia diferente da minha. Mas quero fazer a exposição por temas e quero provar a minha inocência", continua o antigo primeiro-ministro.
"Não fico espantado pela cobardia de um Estado que quer julgar alguém que não se pode defender": Sócrates sobre Salgado
"Tenho a ideia que o processo penal se rege pela ampla defesa", começa por dizer José Sócrates.
"Vou abordar todas as questões que dizem respeito ao processo Marquês", diz Sócrates, esclarecendo que vai dividir as declarações por temas.
Sócrates vai começar a falar pelo tema mais “extenso da acusação”: o tema da Portugal Telecom, questionando a juíza se está de acordo que comece por aí.
"Nós não entramos em diálogo. O senhor não tem de fazer essa proposta", responde a magistrada.
"Opõe-se?", volta a questionar José Sócrates.
"O tribunal é que define a ordem das matérias", assevera a juíza.
"Mas realmente não estamos de acordo. Antes de responder a essas questões quero usar da palavra para expor o tema Portugal Teleco (...) quero fazer uma nota prévia. Também sobre Ricardo Salgado", diz Sócrates.
Sócrates diz não se espantar com a insensibilidade dos tribunais face ao estado de Ricardo Salgado.
"Quero associar-me à declaração que foi feita pelo advogado de Ricardo Salgado. Não fico espantado pela cobardia de um Estado que quer julgar alguém que não se pode defender. O que me espanta é o silêncio dos demais desta sala. Eu não quero fazer parte dessa coligação de silêncio. Por isso sinto-me próximo dele [Salgado]. Há muito tempo que aprendi a saudar aquele que vive a beleza da solidão", diz José Sócrates.
"Como é que alguém diz que um político recebeu dinheiro sem haver provas ou indícios? (...) Como provo a minha inocência perante acusação tão grave?! (...) Vou apresentar provas de que a acusação é falsa", garante o antigo primeiro-ministro, lendo anotações em papéis que tem na mão.
José Sócrates trouxe consigo notas e atas de reuniões da Caixa Geral de Depósitos.
"A Caixa Geral de Depósitos antes de votar na assembleia geral da Portugal Telecom reuniu o conselho de administração. A decisão foi do conselho de administração - Carlos Santos Ferreira, Maldonado Gonelho, José Ramalho, Votos fernandes, Maria Celeste Cardona, Norberto Rosa, Armando Vara e Francisco Bandeira", continua José Sócrates, que vai mostrando a ata dessa reunião.
"A Estratégia apresentada pela Portugal Telecom era a que maior valor ia acrescentar ao acionista", diz o antigo primeiro-ministro, explicando que foi esta a conclusão tirada pelo conselho de administração.
Representante do grupo Lena requer permissão para ausência nas demais sessões
Ana Pais, representa grupo Lena entre, outras sociedades, requer permissão para ausência nas demais sessões - à semelhança dos outros arguidos, como aconteceu na última sessão.
A juíza autoriza a ausência.
Já começou a segunda sessão de julgamento da Operação Marquês. José Sócrates vai falar
Antes do arranque formal juíza quer saber se há algo a acrescentar. Sofia Fava, ex-mulher de Sócrates, apresentou um requerimento após a sessão da semana passada.
O MP quer exercer contraditório: defesa não ficou impossibilitada de nenhum direito. "Tribunal advertiu apenas que primeira sessão servia para apresentar questões breves e algo mais extenso teria de ser requerido por escrito".
MP esclarece que Sofia Fava contestou o facto de ter sido advertida na última sessão por ter pedido a palavra para explanar um requerimento.
Sócrates e advogado conversam antes da sessão começar
Dos arguidos do processo, apenas Sócrates está presente, assim como um representante de uma sociedade, que também faz parte da lista de arguidos. Os arguidos foram dispensados de assistir ao julgamento, depois de fazerem o pedido na última sessão.
Sócrates e o respetivo advogado são os únicos que estão de pé. Trocam palavras antes do início da sessão.
Os lugares destinados ao público estão completos, a sala está com muita gente, o que contrasta com as cadeiras destinadas aos arguidos, que estão vazias - à exceção do lugar de Sócrates e do representante de uma sociedade.
Advogado de Sócrates chega a tribunal
O advogado de José Sócrates, Pedro Delille, chegou a tribunal e ao entrar na sala cumprimentou o antigo primeiro-ministro com um aperto de mão, trocando algumas palavras com o mesmo.
"O lapso de escrita nunca existiu, o lapso de escrita foi um estratagema", diz José Sócrates à chegada ao tribunal
José Sócrates chegou ao Campus de Justiça com pastas na mão e sem advogado, criticando o facto de estar a ser julgado.
"Aquilo que vocês têm noticiado como sendo um recurso que visa impedir o julgamento, eu já fui julgado há 4 anos e fui considerado ilibado, e 8 anos depois o Estado Judicial diz então que afinal não é essa acusação, mas sim outra", diz o antigo primeiro-ministro.
"O lapso de escrita nunca existiu, o lapso de escrita foi um estratagema", disse Sócrates.
"Ao fim de 8 anos o Estado acha que pode mudar as acusações contra um indivíduo, não pode. Isso é uma injustiça e agora quero colocar a questão num Tribunal Europeu porque isso viola as leis europeias", asseverou José Sócrates.
Veja aqui tudo o que foi dito na primeira sessão de julgamento
A primeira sessão do julgamento da Operação Marquês decorreu na passada quinta-feira. Veja aqui tudo o que foi dito
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