Cativeiro ilegal deforma milhafre
Ave está agora em recuperação num centro para animais selvagens em Olhão.
Um milhafre-preto ainda juvenil deu entrada no RIAS - Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, em Olhão, depois de ter sido mantido ilegalmente em cativeiro. Tinha várias deformidades ósseas nas asas e nas patas devido a alimentação inadequada.
“O raio-x mostrou graves deformidades nos ossos, um sintoma compatível com osteodistrofia nutricional, uma patologia frequente em animais com alimentação inadequada durante o crescimento”, refere o RIAS, revelando ainda que “não vai ser possível corrigir estas alterações ósseas.” Ainda assim, a ave, que terá nascido no início deste ano e está no centro desde o final de julho, consegue voar, mas apresenta outro problema: alterações comportamentais que afetam a alimentação.
“Nos primeiros dias foi preciso estimular o milhafre a comer sozinho, pois foi habituado a ser alimentado à mão. Conseguimos ter sucesso e agora já come sozinho”, contam os responsáveis do centro.
Agora, o milhafre está numa instalação exterior com dois grifos, que também são necrófagos (comem animais mortos), para aprender o seus comportamentos.
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meses é o tempo que o milhafre-preto costuma estar no território português anualmente. É comum esta ave migratória ficar em Portugal entre março e agosto para nidificar, com maior incidência nas Beiras e no interior da região do Alentejo.
Atualmente, o milhafre-preto tem um estado de conservação considerado ‘pouco preocupante’, o que significa que, nas condições atuais, não há possibilidade de serem extintos.
No final de junho já tinha dado entrada, no RIAS, uma outra ave da mesma espécie mas com três feridas, nas asas e numa pata, na sequência de ter sido baleada com chumbos. Está neste momento em recuperação.
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