Ana Jorge alega defesa de doentes
Antiga ministra da Saúde responde num processo que pretende apurar se houve má gestão de dinheiros públicos.
"Tudo o que foi pago como atividade a mais foram doentes tratados, nada mais." Foi desta forma que Ana Jorge, antiga ministra da Saúde, se defendeu na segunda-feira no início do julgamento no Tribunal de Contas), onde se procura apurar se houve má gestão de dinheiros públicos na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) entre 1995 e 2001. Outros 18 ex-responsáveis da entidade respondem neste processo.
Ana Jorge, presidente da ARSLVT de 1997 a 2000, assegurou ter agido sempre em defesa dos doentes e do Estado. O mesmo foi respondido por outros três demandados – indivíduos aos quais são apontadas responsabilidades – ouvidos ontem. Constantino Sakellarides, antecessor de Ana Jorge na presidência da ARSLVT, garantiu não ter encontrado "problemas com o contrato", apesar de assumir que apresentava várias "dificuldades". Luís Névoa, com o pelouro financeiro durante a presidência da ex-ministra, disse que muitos doentes "foram tratados a custos inferiores aos de outros hospitais" e que tudo o que foi pago correspondeu a atividade.
O caso diz respeito ao pagamento de tratamentos no Hospital Amadora-Sintra, à época em gestão privada. A ARSLVT pediu ao Tribunal de Contas que declare terem sido pagos 77,9 milhões de euros em excesso.
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