Aumentam atentados ao pudor
A PSP registou no ano passado 33 atentados ao pudor, sendo que a maioria das situações ocorreu em Lisboa e no Porto.
Quase todos os casos são de homens que se despem na rua: apenas em duas situações foram mulheres que se despiram na via pública. Face a 2010, este crime quase duplicou - nesse ano tinham sido registados 19 actos de exibicionismo. O ano ficou também marcado por uma tentativa frustada da realização, a 27 de Junho, de uma manifestação de nus em bicicleta, em Lisboa. A World Naked Bike Ride contou com um forte dispositivo policial, mas decorreu sem perturbações e sem nu integral.
A exposição da intimidade é, para o neuropsicólogo Nelson Lima, "uma perturbação do foro mental que mostra um desrespeito por si próprio e pelos outros". O perfil-tipo do exibicionista é um homem que actua nas grandes cidades e na rua. A maioria exibe os órgãos genitais a mulheres.
Há, contudo, menores que são vítimas de atentado ao pudor. Em 2008, um dos crimes foi praticado sobre um adolescente. Em 2009 houve quatro menores ofendidos. E, no ano seguinte, verificou-se uma ocorrência sobre uma criança. Em 2011, um adolescente foi alvo de duas exibições de nu integral na via pública.
Nelson Lima alerta que é nas crianças que os actos de exibicionismo representam maior risco. "As crianças compreendem que a intimidade é a última fronteira que nos separa dos outros", explica o presidente do Instituto da Inteligência. "Os menores ficam perplexos e o gesto pode desencadear sérias perturbações de natureza comportamental, como por exemplo, no sono", especifica.
O Código Penal prevê pena de prisão até 1 ano, ou pena de multa até 120 dias para quem pratique actos de exibicionismo.
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