Bispo Ornelas diz que caso sobre abusos em Moçambique já foi arquivado

Prelado garante que informou o bispo local do problema.

06 de outubro de 2022 às 09:32
D. José Ornelas Foto: Pedro Brutt Pacheco
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Há padres pedófilos, mas a Igreja não é uma associação de pedófilos e os padres não são uma cambada de pedófilos.” D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, garantiu esta quarta-feira, em entrevista à Rádio Renascença, que nunca protegeu abusadores, pois “nem havia abusadores”, reportando-se à denúncia de possível encobrimento de abusos sexuais de menores em Moçambique, em 2011. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa explicou que informou o bispo de Gurúè e que o caso foi investigado pelas autoridades moçambicanas e italianas (em causa estaria um padre italiano), mas que o processo acabou por ser arquivado.

Na terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assumiu que teve a iniciativa de contactar D. José Ornelas para lhe dizer que “não foi pessoal” a denúncia contra ele que encaminhou, no dia 6 de setembro, para o Ministério Público. Segundo o chefe de Estado, quando ocorreu esse contacto entre os dois, a 24 de setembro, o bispo já “sabia pela comunicação social há semanas que havia a investigação”.

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Segundo o penalista Paulo Saragoça da Matta, citado pela Lusa, D. José Ornelas não pode ser culpado de cumplicidade do alegado abuso sexual de menores em Moçambique sem que os alegados abusadores sejam responsabilizados pela prática desse crime.

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