Centenas de agricultores manifestam-se em Braga por preços justos

Protesto foi convocado pela Confederação Nacional de Agricultores.

24 de março de 2022 às 17:40
agricultura, produção, tratores Foto: SASCHA STEINBACH
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Centenas de agricultores manifestaram-se esta quinta-feira, em Braga, para reclamar ao Governo o escoamento da produção agrícola e florestal nacional a "preços justos" numa altura de subida de preços das matérias-primas.

O protesto, convocado pela Confederação Nacional de Agricultores (CNA), aconteceu "à boleia" da abertura da 54.ª edição da AGRO -- Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, que decorre até domingo, no Altice Forum Braga.

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"Agricultores estão a ser explorados e arruinados. Exigimos escoamento e preços justos para os nossos produtos. Combate à especulação com os preços dos fatores de produção" eram as frases que se podiam ler na tarja que encabeçava a manifestação.

Vítor Rodrigues, dirigente da CNA, disse à Lusa que se impõe mudança de políticas por parte do Governo, mas manifestou algum ceticismo e alguma preocupação em relação a essa alteração, face à recondução de Maria do Céu Antunes como ministra da Agricultura.

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Para o responsável, a mudança de política "terá mesmo de ocorrer", face aos "tempos complicados" que se vivem, seja pela pandemia de covid-19, seja pela seca, seja pela guerra na Ucrânia.

O dirigente defendeu que é preciso baixar os preços dos fatores de produção, designadamente combustíveis e eletricidade, e regular a comercialização, de forma a que a grande distribuição "não obrigue os pequenos produtores a venderem abaixo do custo de produção".

A CNA considera que "a situação grave do setor exige medidas urgentes", sublinhando que "os agricultores vendem os seus produtos a preços baixíssimos, enquanto a grande distribuição fica com a fatia de leão do que os consumidores pagam pela sua comida".

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Para a CNA, "os preços dos combustíveis, da eletricidade, das rações, dos fertilizantes não param de aumentar e as despesas dos agricultores familiares para produzirem são incomportáveis".

A confederação diz ainda que as explorações agrícolas de menor dimensão "são eliminadas a um ritmo alarmante" e que a terra se concentra nas mãos de grandes empresas e de grandes proprietários.

"Enquanto o Governo privilegia com apoios uma agricultura para exportar, a dependência do exterior em bens agroalimentares é escandalosa", acrescenta.

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Para a CNA, os problemas agravam-se "de forma drástica", seja pelos constrangimentos com a pandemia, pela seca ou pela situação de conflito na Europa.

"As dificuldades dos agricultores são muitas e tendem a agravar-se a cada dia, sem respostas eficazes por parte do Governo", remata.

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