Cisternas já estão a abastecer aldeias de Boticas

Apelo para consumo racional de água em Trás-os-Montes.

03 de fevereiro de 2022 às 07:47
Barragem do Lindoso Foto: Rodrigo Andrade
Ribeira de Alge Foto: Gonçalo Ermida/cmtv

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A falta de água já obrigou ao abastecimento de três aldeias de Boticas através de cisternas da Proteção Civil, revelou o presidente da câmara, Fernando Queiroga, que admite impor restrições ao consumo neste concelho de Trás-os-Montes. O autarca diz que para já a situação está “controlada” e que são ainda “situações esporádicas”, mas também “sinais preocupantes”. Fernando Queiroga pede à população um “consumo racional de água, sem exageros nem desperdícios” e não exclui a adoção de “medidas restritivas ao consumo de água”.

A seca está a afetar outras regiões a norte pouco habituadas à falta de água, como a Barragem do Alto Lindoso, em Ponte da Barça, onde já foi suspensa a produção elétrica. Do lado de Espanha, a aldeia de Alceredo, que ficou submersa em 1992, voltou a poder ser vista e é já atração turística. “Estive cá em novembro e o nível já estava baixo, mas agora está de mais. É um espetáculo triste”, disse Rosalina Martins.

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No Norte do distrito de Leiria, as margens estão secas, com apenas um fio de água no rio Zêzere, entre as barragens da Bouçã e do Castelo de Bode. Na Foz de Alge, Figueiró dos Vinhos, as embarcações e o porto fluvial estão em terra firme. “Nunca no inverno isto esteve assim. É muito preocupante, para quem vive à beira-rio, que tem problemas com as regas da agricultura e com a falta de peixe, já que não tem água e desceu todo”, conta António Dias do Clube Náutico de Figueiró dos Vinhos.

No Algarve, a falta de água está a afetar centenas de agricultores, como Carlos Afonso, que cultiva citrinos, amendoeiras e alfarrobeiras. “Temos de regar todos os dias e sobe muito o gasto com a eletricidade”, afirmou, apelando ao apoio do Ministério da Agricultura: “Só se lembram de nós quando se chega ao limite de uma seca extrema.”

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