Fenprof critica professores com horário-zero sem colocação
Secretário-geral da Federação Nacional de Professores esperava um aumento do número de professores colocados.
O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, criticou esta sexta-feira em Coimbra o aumento de 30% dos professores com horário-zero sem colocação, num ano que "seria expectável" um aumento do número de professores colocados.
Confrontado com os dados dos concursos hoje divulgados pelo Ministério da Educação, o secretário-geral da Fenprof sublinhou o aumento de 30% dos professores com horário-zero sem colocação e o facto de 90% dos candidatos à contratação terem ficado "no desemprego".
"A nossa expectativa era que este fosse um ano em que o número de professores colocados nesta primeira vaga fosse maior do que tem sido habitualmente", disse à agência Lusa Mário Nogueira, apontando para o aumento de alunos que ficam até ao 12.º ano (é o terceiro ano em que se verifica o alargamento da escolaridade obrigatória), "os dois mil professores que rescindiram amigavelmente os seus contratos" em 2014 e "os milhares" de docentes que se foram aposentando.
Apesar desses fatores que, no entender da Fenprof, levariam a um aumento de colocações, o que acabou "por prevalecer" foi "a política deste Governo de reduzir sobretudo os recursos nos serviços públicos e pô-los a trabalhar nos mínimos".
30 mil professores sem colocação
Segundo Mário Nogueira, não se pode olhar apenas para os cerca de 22 mil docentes que não conseguiram contrato nesta 1.ª fase, "mas tem de se olhar para aqueles que não são contabilizados agora, como os que não fizeram ou não conseguiram fazer a PACC [Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades], que são alguns milhares e estão excluídos das listas, assim como aqueles que, verificados os números baixos que tinham nas listas provisórias, nem sequer manifestaram preferências" e não constam das listas.
De acordo com os cálculos da Fenprof, ao todo são "cerca de mais de 30 mil professores, no seu conjunto, que não foram colocados", e não apenas os 22 mil presentes nas listas hoje divulgadas.
Para o dirigente sindical, o número de professores "é claramente insuficiente", mas "suficiente para aquilo que são as respostas que o Governo quer que a escola dê", apontando para as medidas de aumento do número de alunos por turma, redução de currículos e criação de mega-agrupamentos.
O secretário-geral da Fenprof referiu que agora será necessário perceber as colocações no âmbito da Bolsa de Contratação de Escola e da 2.ª vaga de colocações, assim como de irregularidades que se possam registar nas listas hoje publicadas, para se decidir se se avança com alguma ação de protesto.
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