Juíza nega ajuda para acórdãos
Joana Salinas e advogada julgadas por crime de peculato.
Joana Salinas, a juíza da Relação do Porto que começou esta quinta-feira a ser julgada no Supremo Tribunal de Justiça pelo crime de peculato, negou ter pedido a duas advogadas que lhe redigissem projetos de acórdão. Em causa está o alegado desvio de 7505 euros da delegação de Matosinhos da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) para pagar os serviços.
A advogada Alexandra Sá é também arguida no processo. Foi contratada para dar apoio à CVP, por determinação da juíza, e recebia uma avença mensal de 1500 euros. Dinheiro que, para o Ministério Público, serviria de contrapartida pela elaboração de acórdãos.
O procurador-geral-adjunto, Paulo Sousa, chegou mesmo a classificar de "criminoso" o comportamento da juíza, que tem João Araújo como advogado de defesa.
Joana Salinas admitiu ter pedido a Alexandra Sá que fizesse "arranjos gráficos" em alguns acórdãos, que deixava no computador desta. A juíza, suspensa de funções, disse que utilizava o aparelho quando trabalhava no escritório de advogados onde se incluía o seu marido.
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