Maior vespa do mundo põe Portugal em alerta
Espécie é mais perigosa que a vespa-asiática.
O aparecimento de quatro exemplares da vespa-gigante-asiática (soror) nas Astúrias (Espanha), a 280 quilómetros da fronteira, levantou o alerta entre as autoridades e apicultores nacionais do potencial risco de esta vespa poder já estar no nosso país. O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) garante estar atento “ao potencial aparecimento desta espécie em território nacional e está já a alertar as entidades municipais para o eventual aparecimento desta espécie”, considerada mais perigosa do que a vespa-asiática.
Vespa gigante asiática
O instituto pede que em caso de observação da vespa soror a mesma seja reportada para o endereço eletrónico vespa@icnf.pt, adianta que não há registo de qualquer exemplar no território nacional e sublinha que há uma “vigilância ativa”.
Associação Apícola de Entre Minho e Lima (APIMIL) apelou, entretanto, às autoridades para que tomem “ações concretas e bem dirigidas” contra a ameaça de invasão da maior vespa do Mundo. O presidente da APIMIL, Alberto Dias, referiu que o aparecimento de exemplares em Espanha “deve fazer acender as luzes vermelhas e tocar campainhas”, para não se repetir a “praga” da vespa-asiática, com a consequente morte das abelhas.
O estudo realizado pela Universidade de Oviedo permitiu detetar, entre março de 2022 e outubro de 2023, quatro vespas soror obreiras que terão chegado à região como “passageiras” em contentores de transporte de mercadorias. “Os nossos resultados preliminares levantam preocupações sobre a ameaça potencial da vespa soror na saúde humana e na dinâmica do ecossistema”, assinalam os investigadores.
Pode “gerar problemas de saúde, pois a picada é muito dolorosa e produz efeitos duradouros, provavelmente por ter um veneno potente”. “Assim, a vespa soror pode resultar em complicações médicas, especialmente de setembro a dezembro”, adiantaram.
Predador capaz de caçar lagartixas ou gafanhotos
A espécie possui uma cabeça “excecionalmente grande” e é “um predador agressivo que caça invertebrados de vários tamanhos, incluindo borboletas, libélulas, louva-a-deus e gafanhotos, bem como outras vespas e até mesmo pequenos vertebrados como lagartixas”, indica um estudo realizado nas Astúrias. Os apicultores defendem que o aparecimento de uma praga pode representar um prejuízo de milhões de euros.
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