"Máscaras caseiras reduzem partículas", explica vice-presidente da ANMSP
Não são o ideal mas são a proteção possível para reduzir o contágio.
Ouso de máscaras comunitárias pode evitar contágios e vai "serenar a opinião pública", antevê Gustavo Tato Borges, vice-presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública.
CM - As máscaras de uso comunitário, feitas em casa, podem ser úteis no combate à doença?
– Mesmo não havendo máscaras FFP2 ou N95, o uso generalizado de máscaras caseiras reduz o perigo de emissão de partículas respiratórias para aqueles que nos rodeiam porque as contém. É óbvio que é uma proteção mais pequena que os outros tipos de máscaras, mas reduz alguns riscos para a população.
– Porque não foram recomendadas pela DGS logo desde o início?
- Não foi apenas a DGS. E a OMS ainda continua a afirmar que as máscaras podem acarretar alguns riscos adicionais porque fazem-nos levar mais vezes as mãos à cara porque não estamos habituados a usá-las (e assim acabamos por transportar o vírus para nós próprios) e porque transmitem uma falsa sensação de segurança. Como não há evidência científica segura sobre a sua eficácia, a DGS e a OMS não tomaram posição no início. Mas por pressão, devido a algumas notícias internacionais e a experiência de alguns países (como a Coreia do Sul), acabaram por mudar a sua posição.
- Acha que a opinião pública vai ficar mais serenada?
- Sim. Claro que o ideal era termos outro tipo de máscaras para toda a gente - e ainda não perdemos a esperança de que seja possível distribuir máscaras cirúrgicas a toda a população -, mas enquanto isso não acontece, as pessoas vão ficar mais sossegadas e também um pouco mais protegidas.
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