Mulher morre à espera de consulta de cardiologia desmarcada
Sofreu insuficiência cardíaca três meses depois de desmarcação no Hospital de São Francisco Xavier.
Uma mulher portadora de um pacemaker morreu de insuficiência cardíaca no Hospital de São Francisco Xavier, onde era acompanhada, depois de ter visto a sua consulta de cardiologia desmarcada no início do ano passado.
A responsabilidade é atribuída ao Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO), do qual faz parte o Hospital de São Francisco Xavier, numa investigação feita pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS). O atendimento estava marcado para janeiro de 2017 e, quatro dias antes, foi desmarcado devido à realização de uma reunião integrada no processo de acreditação do serviço de Cardiologia.
"Foi estando cada vez pior do coração, de vez em quando tinha que ir às Urgências com a minha mãe. No dia 21 de abril teve que cá ficar de noite e, nessa mesma noite, teve uma paragem cardíaca, e acabou por falecer nessa mesma noite", refere a queixa, realizada em setembro de 2017, que motivou as averiguações do regulador da Saúde. A unidade hospitalar rejeita que a morte da mulher tenha relação com a demora no atendimento, argumentando que "a utente tinha idade avançada e sofria de patologias multissistémicas". No entanto, a ERS considera que o CHLO não garantiu "os direitos e interesses legítimos da utente" em tempo útil.
No mesmo documento, o regulador dá ainda conta de constrangimentos no acesso às consultas de cardiologia noutros hospitais que pertencem ao CHLO, onde os utentes aguardam mais do que um ano para serem atendidos.
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