Mortes devido à poluição são já três vezes superiores às causadas pela SIDA, tuberculose e malária juntas
Dados da Agência Europeia do Ambiente confirmam que Europa "enfrenta desafios ambientais de uma escala e urgência sem precedentes".
Os dados constam num relatório realizado de cinco em cinco anos pela Agência Europeia do Ambiente e revelam que as doenças e as mortes derivadas da poluição ambiental são já três vezes superiores às motivadas pela "SIDA, tuberculose e malária em conjunto".
No documento, a agência afirma que a Europa "enfrenta desafios ambientais de uma escala e urgência sem precedentes", como "a perda da biodiversidade, a utilização de recursos, o impacto das alterações climáticas e os riscos ambientais que afetam a saúde e o bem-estar".
O mesmo documento refere o grande desenvolvimento e aceleração das atividades que contribuiu para o aumento de população, da produção e, consequentemente, da utilização de recursos.
"Estas pressões estão a infligir danos à saúde e ao bem-estar humanos. O peso global da doença e da morte prematura é já três vezes superior ao da SIDA, tuberculose e malária em conjunto", sublinha o documento, que alerta ainda para a possibilidade de "ameaças ainda mais extensas se as pressões precipitarem o colapso de ecossistemas como o Ártico, os recifes de corais e a floresta amazónica".
Segundo previsões da Agência Europeia do Ambiente, a exposição a partículas finas é já responsável por cerca de 400 mil mortes prematuras todos os anos na Europa. Os países da Europa Central e Oriental são os mais afetados.
Desta forma, a agência alerta para a necessidade da Europa repensar os processos de produção, os padrões de consumo e os modos de vida, que, tal como sublinha o relatório, só é possível com o envolvimento de "diversos domínios políticos e atores de toda a sociedade".
Desafios e perspetivas de futuro
Para o ano que se avizinha, a Agência Europeia do Ambiente reforça que "as megatendências globais, como as alterações demográficas, estão a intensificar muitos desafios ambientais.
Embora haja progressos relativamente ao consumo, à eficiência na utilização dos recursos e à diminuição nas emissões de gases com efeitos de estufa, as tendências recentes são menos positivas: a procura de energia aumentou desde 2014 e as emissões nocivas dos transportes e da agricultura. químicas perigosas e pelas alterações
"A aceleração das alterações climáticas comportará provavelmente riscos acrescidos, em especial para os grupos vulneráveis. Os impactes podem surgir na forma de ondas de calor, incêndios florestais, inundações e de alterações nos padrões de prevalência das doenças infecciosas", conclui o relatório.
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