O português que mais fotografou a Rainha Isabel II
Em 1957 estava ao serviço de uma empresa inglesa de máquinas registadoras com sucursal na Rua Augusta.
Em 1957, a National Cash Register Co., uma empresa inglesa de máquinas registadoras, pediu a Corrêa dos Santos que fotografasse o coche da monarca inglesa quando este passasse à porta da sucursal da Rua Augusta, em Lisboa. “Na altura não consegui e, por isso, fui sempre a par do coche até ao Parque Eduardo VII”, conta o fotógrafo, que a meio da Avenida da Liberdade foi bafejado pela “sorte de conseguir a foto do adeus” - “Terá ela acenado para mim?”.
Entregue o serviço, seguiu aquela fotografia para a sede da empresa em Londres, que a pediu - “por ser a mais bonita da visita” a Portugal - no formato 24x30 cm para oferecer à rainha. “Voltei a vê-la quando fui ao São Carlos à noite, dentro do carro com o marido, na noite em que estava o Salazar, que não fotografei”, explica quem recebia 25 escudos por fotografia. Essa foi feita por Ismael Ferreira e segundo conta Corrêa, aconteceu porque a certa altura “a rainha ou o presidente do Conselho pretendeu um registo de ambos” e por perto apenas estava o fotógrafo de ‘O Século’, que fez a foto que correu Mundo.
Na altura, outras sucursais da empresa inglesa quiseram a fotografia do aceno da monarca.
Corrêa fotografou novamente a Isabel II em 1985 (para o ‘Diário Popular’), com Mário Soares à entrada do Palácio de Sintra e noutra ocasião, “já não sei onde”, com Ramalho Eanes “todo sorridente, o que não era costume na altura”.
Para o livro que publicou em 2015, ‘Da década de 50 aos dias de hoje’, que reúne as imagens mais icónicas da sua carreira, pediu um comentário a Isabel II sobre a foto do aceno na Avenida da Liberdade. “Do Palácio de Buckingham responderam-me que a rainha não fazia comentários sobre visitas de Estado (o que foi um mal-entendido, porque o comentário era à imagem), mas desejava felicidades ao livro.”
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt