Portugal usa medicamento em doentes Covid desaconselhado por peritos
Organização Mundial da Saúde diz que o Remdesivir “faz mais mal do que bem”, mas DGS continua a recomendá-lo, três meses depois.
Portugal mantém o medicamento Remdesivir na abordagem terapêutica dos doentes com Covid-19, em regime de internamento, passados três meses após os peritos da Organização Mundial da saúde terem desaconselhado o remédio por considerarem que pode fazer "mais mal do que bem".
Um mês antes, em meados de outubro, Portugal comprou 100 mil frascos do fármaco, num investimento de 35 milhões de euros – cada doente tratado com Remdesivir custa aos cofres do Estado mais de dois mil euros. Cerca de 400 vezes mais do que uma terapêutica com recurso à Ivermectina - antiparasitário que tem mostrado eficácia contra a Covid-19. Este medicamento custa, em regime de profilaxia, cerca de cinco euros por mês e, em tratamento, uma média de 15 euros.
Um grupo de médicos já pediu às autoridades de Saúde a inclusão da Ivermectina no arsenal terapêutico. Sugeriu, até, um ensaio clínico. Confrontada pelo CM, a Direção-Geral da Saúde responde que "o Remdesivir continua a integrar a abordagem terapêutica da Covid-19 porque continua a ser uma opção válida na união europeia, dado que o resumo das características do medicamento deste fármaco não foi alterado, mesmo com a controvérsia científica em torno do mesmo".
Sobre o uso de Ivermectina, a DGS refere que a "Comissão de Avaliação de Medicamentos, Comissão Técnica do Infarmed, reuniu com os subscritores da proposta para uso de Ivermectina". Os médicos subscritores negam o encontro.
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