Produtores da Pesca do Cerco lamentam notícias sobre ilegalidades e dizem que fiscalização é normal

A Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOP Cerco) lamentou esta quarta-feira as notícias que davam conta de uma operação de fiscalização à pesca ilegal e assegurou que as ações de controlo são normais.

"Acompanhei com algum espanto, não pelas atividades em si porque é normal existir fiscalização por parte das várias entidades que têm essas competências, seja a Unidade de Controlo Costeiro da GNR, Polícia Marítima, seja a Inspeção das Pescas. Agora, o meu espanto foi ver de manhã títulos sobre a fiscalização à pesca ilegal da sardinha", afirmou o presidente da ANOP Cerco, Humberto Jorge, em declarações à Lusa.

A associação disse que estas notícias fazem mal à imagem do setor e vincou que a pesca da sardinha, em Portugal, é uma atividade legal.

Relativamente às irregularidades identificadas nesta operação, que estão, por exemplo, ligadas à falta de certificados de aptidão física, Humberto Jorge esclareceu que são de ordem contraordenacional e que podem estar relacionadas com a caducidade dos mesmos.

A Polícia Marítima realizou esta quarta-feira uma operação de fiscalização à pesca da sardinha em várias zonas do país, incluindo na doca de pesca de Matosinhos, disse à Lusa fonte da Autoridade Marítima Nacional (AMN).

O comandante regional da Polícia Marítima do Norte, Rui Lampreia, adiantou à Lusa que a operação de fiscalização aos barcos de pesca começou às 05h00 desta quarta-feira na Docapesca de Matosinhos, no distrito do Porto, e envolve 10 operacionais, com o apoio de quatro viaturas.

De acordo com a mesma fonte, no âmbito da operação de fiscalização estão a ser verificados tamanhos mínimos da sardinha, quotas disponíveis e registos eletrónicos em diário de pesca.

Durante a operação pretende-se verificar se a atividade de pesca está a ser feita de forma controlada, acrescentou Rui Lampreia.

A operação envolve os três comandos regionais: norte, centro e sul.

A Polícia Marítima detetou três irregularidades em embarcações de pesca da sardinha que chegaram ao porto de Matosinhos, relacionadas com falta de certificados de aptidão física, bem como de seguro da embarcação e da tripulação.