Professores doentes querem novas regras da Mobilidade por Doença
Docentes em protesto exigiram a revisão das regras.
Fernando Gonçalves é professor de Artes Visuais há quase 30 anos. Um cancro nas cordas vocais roubou-lhe a voz e a capacidade de dar aulas a uma turma. A situação agravou-se em 2022, quando as novas regras da Mobilidade por Doença (MpD) acabaram com o direito de, em situação de doença, os professores poderem ficar sem componente letiva.
"Desde então estou dependente da boa vontade e da sensibilidade dos diretores de não me atribuírem turmas. Felizmente tenho tido sorte e fico a fazer coadjuvações", conta o docente, quadro de uma escola de Vila Nova de Gaia.
Alexandra Carmo, educadora de Infância, ainda não teve vaga na MpD para poder acompanhar a mãe, que sofre de demência. "A solução que arranjei foi vigiá-la por videovigilância", conta ao CM
Fernando e Alexandra foram dois dos mais de 50 professores que na terça-feira se manifestaram em Lisboa para exigir ao Governo a revisão das regras da MpD e a análise de casos concretos.
"O que estão a fazer é desumano e inaceitável", acusou o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, exigindo que a revisão do diploma seja "prioritária e tenha efeitos ainda este ano letivo".
Das ilhas ao Minho
Ricardo Oliveira, de Guimarães, está afeto a uma escola nos Açores. Teve MpD para acompanhar a filha, que tem autismo.
Menos distância
Em junho, o Governo apresentou uma proposta que reduzia a distância entre a residência e a escola de colocação de 50 para 40 quilómetros.
Dispensa de ensinar
A possibilidade de as escolas autorizarem a dispensa de componente letiva aos docentes sem condições é uma das exigências.
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