Professores portugueses entre os mais satisfeitos apesar das muitas queixas

Não gostam do salário, apontam a indisciplina dos alunos, queixam-se do stress, mas adoram a profissão, segundo estudo da OCDE.

08 de outubro de 2025 às 01:30
Docentes não gostam do salário mas adoram o seu trabalho Foto: Direitos Reservados
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“Globalmente, estou satisfeito com o meu trabalho”. 94% dos professores portugueses dizem concordar com a frase, acima da média da OCDE de 89%, apesar de serem dos que mais se queixam das condições de trabalho e do stress que provoca, e de 27% dos mais jovens até ponderarem abandonar a profissão.

Os resultados de 2024 do inquérito TALIS da OCDE a 280 mil professores de 55 países e sistemas educativos mostram que a classe docente portuguesa é a segunda mais envelhecida, atrás da Lituânia, que 25,8% sentem muito stress e que apenas 13,4% estão satisfeitos com os salários, muito abaixo da média da OCDE de 39,2%. Apenas 9% dos docentes portugueses dizem que a profissão está valorizada (22% na OCDE) e 16% consideram que o trabalho prejudica muito a sua saúde mental.

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Os professores portugueses estão também entre os que mais se queixam da indisciplina na sala de aula (35,8%, face a 21,2% na OCDE), problema que é agravado com o facto de muitas vezes serem os professores mais jovens a ensinar em escolas de zonas mais carenciadas.

O estudo aponta a falta de professores como um problema crescente e o esforço de muitos países para recrutar trabalhadores de outras áreas. No entanto, apenas 16,9% dos diretores portugueses apontam a falta de professores qualificados como um problema, um pouco abaixo da média da OCDE de 18,8%, mas muito abaixo de países como Letónia (50,3%) e Itália (39,6%).

Professores portugueses entre os mais satisfeitos apesar das muitas queixas

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