“Queremos pessoas para trabalhar e não temos”: Falta de trabalhadores complica o arranque das vindimas
Produtores lamentam que a situação se agrave de ano para ano.
A falta de trabalhadores dificultou o arranque de algumas vindimas no Douro nesta campanha, com os produtores a apontarem para um problema que se agrava de ano para ano. "Já era para ter sido mais cedo", mas, devido à falta de mão de obra, só foi permitido começar agora, afirmou à agência Lusa António Boal, da empresa Costa Boal, que, na região do Douro, começou a vindima na zona de Cabeda.
A falta de trabalhadores é apontada como uma dificuldade para este produtor, que tem vinhas no Douro, Trás-os-Montes e Alentejo. Inclusive, salientou, em Estremoz o corte das uvas já deveria ter começado há mais de uma semana e só arrancou na quinta-feira. Os controlos de maturação que se fazem regularmente nas vinhas determinam a altura ideal para o corte a nível de acidez e de grau da uva, e, segundo explicou, a logística torna-se complicada devido a um problema que se agrava de ano para ano. O produtor referiu que seriam necessárias entre 20 e 25 pessoas diárias para a vindima "correr normalmente" e, no primeiro dia, o empreiteiro agrícola apareceu com sete, aos quais se juntaram aos cinco trabalhadores que já trabalham na propriedade. "Hoje nós queremos pessoas para trabalhar e não temos", referiu.
De forma generalizada, as causas estão ligadas com o envelhecimento da população, o despovoamento, mas também com os subsídios que alegadamente afastam os beneficiários do trabalho.
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