Cancro da mama tem cura para 83%

Números dão esperança a atriz na luta contra o cancro da mama.

26 de novembro de 2015 às 01:00
Sofia Ribeiro, União Humanitária dos Doentes, Fernanda Serrano, atriz, cancro, psico-oncologista Foto: Filipa Couto
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Sofia Ribeiro, de 31 anos, tem uma longa caminhada pela frente. A atriz revelou, na terça-feira, que está entre as cerca de 6000 portuguesas diagnosticadas todos os anos com cancro da mama. A evolução da medicina permite uma adaptação cada vez mais específica ao tipo de tumor. Cirurgia, quimio, radio e hormonoterapia são as armas usadas nesta batalha, em que o grito de vitória só é dado ao fim de vários anos.

A favor de Sofia – que espera o resultado de exames – e de mais de 20 mil outras portuguesas estão as estatísticas. Um estudo internacional, divulgado no ano passado, apontava uma taxa de sobrevivência ao cancro da mama, em Portugal, de 83,4%. Isto significa que oito em cada dez portuguesas encontram a cura para este tipo de tumor, num caminho que também se faz de espera. "Cinco anos é, normalmente, o prazo estabelecido após a cirurgia para que uma doente seja considerada sobrevivente de cancro da mama", explica ao CM Luís Ferreira Vicente, médico ginecologista e obstetra. Contra a atriz joga o fator da idade. "Nas mulheres mais jovens, no pico da fertilidade, as células regeneram-se mais rapidamente, auxiliando o crescimento dos tumores", refere Cláudia Natacha Costa, psico-oncologista.

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Cinco anos é uma meta que pesa nos ombros de milhares. Raquelinda de Magalhães, de 59 anos, já fez parte desse grupo. Hoje, é voluntária na União Humanitária dos Doentes com Cancro e recebe muitas mulheres em sofrimento. Usa a sua própria história para as confortar, mas também histórias de figuras públicas. "Muitas jovens perguntam se vão poder ser mães e, nessas alturas, dou-lhes o exemplo da Fernanda Serrano. Ajuda-as a interiorizar que é possível vencer o cancro", conta.

Raquelinda foi diagnosticada em 2002 e "já vinha de uma família muito castigada". Perdeu vários familiares devido ao cancro, mas só depois de ter sido "apanhada na teia" é que começou "a ver a doença com outros olhos". Na memória, guarda "o alívio" que invade cada sobrevivente.

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